Olá,
Pode não parecer, mas uma das coisas mais difíceis de definir a cada edição é o título. E, repassando por tudo o que escrevi, notei que todas as seções têm em comum a busca por resultados.
Sejam resultados do time em que estou inserida, resultados para o meu desenvolvimento pessoal e profissional ou resultados que posso ajudar as pessoas com as quais trabalho a atingir.
Por isso, acredito que essa edição está bem interessante para quem, assim como eu, gosta de ver as coisas sendo concluídas. Espero que essa minha lógica faça sentido e que, ao final da leitura, você esteja concordando comigo.
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🗒️ Organização pessoal: Retomando os estudos
🔄 Falando sobre agilidade: Métricas ágeis
👥 Sobre gestão: Feedback COIN
📘 Livro do mês: Storytelling com dados
📚 Lista de leitura
💻 Últimos posts do blog
Organização pessoal: Retomando os estudos
Seção para reforçar o meu compromisso de manter a minha própria organização.
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Já tinha comentado em uma edição que fui selecionada para uma bolsa financiada pela Bertelsmann. E, depois de assinar a Alura por vários anos e não conseguir finalizar tudo o que eu gostaria, decidi que deveria mudar a forma que estava me dedicando aos estudos para não desperdiçar essa oportunidade.
Eis que aqui entrou o planner novamente. Aos domingos, quando faço o planejamento da semana seguinte, eu já deixo dois dias reservados para estudar, geralmente nas segundas e nas quintas. Tenho dedicado em média 1h a cada dia e os resultados têm sido interessantes, principalmente porque consegui concluir no prazo o curso eletivo da bolsa que ganhei. Ela era um dos meus principais objetivos para janeiro, já que inventei de compartilhar no LinkedIn que estava participando do programa. É o compromisso público não me deixando desistir.
Nesse meio tempo, quase não consegui concluir o curso da Conquer. Mas incluí ele como o segundo curso da semana e terminei na data correta. Além de ser um assunto interessante (produtividade e gestão de tempo), também tinha uma data limite para concluir ele de forma gratuita. Nos dois casos, precisei planejar com certa antecedência os meus estudos, porque senão perderia o prazo ou iria concluir os cursos tendo que estudar tudo em um mesmo dia.
Também precisei me organizar porque estou fazendo outros cursos em paralelo. Ainda está em andamento o curso “Leadership communication” da FIAP e o “Técnicas criativas para transformar ideias em texto“ da Aline Valek. Fora a lista de cursos que estão na fila para serem iniciados. Já tinha comentado na edição passada que identifiquei esse meu comportamento de fazer vários cursos ao mesmo tempo. Esse mês estou organizando todos para conseguir manter um ritmo mais tranquilo.
Não foi apenas a organização no planner que fez a diferença. Assim como nos meus momentos de escrita, usei o Pomodoro para focar nos momentos de estudo. E foi a combinação dessas duas ferramentas que me permitiu voltar aos trilhos.
Uma das coisas que a organização tem me devolvido é o prazer de fazer as coisas. E eu tenho conseguido estudar sem sentir que estou na obrigação ou perdendo algum tempo.
Ainda falando sobre o que me ajuda a estudar, descobri há algum tempo que aprendo melhor com conteúdos em texto e anotando os conceitos que estou aprendendo. Até por isso ando aprendendo muitas coisas com livros e não consegui aproveitar a quantidade de conteúdo gratuito que existe no YouTube, por exemplo.
Então, posso resumir o sucesso dessa retomada em 3 ações: planejar os dias que vou estudar durante a semana, usar o Pomodoro para conseguir focar nos estudos e consumir materiais em texto, que descobri ser um dos formatos que mais me ajuda a aprender.
Falando sobre agilidade: Métricas ágeis
Uma seção para falar de agilidade, misturando teoria, prática e muitos questionamentos.
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No momento, estou dando uma revisada na forma em que demonstramos o trabalho que é desempenhado pela Squad. Por isso, decidi escrever sobre as métricas ágeis que reuni para avaliar esse novo formato.
Em primeiro lugar, precisamos entender por que usar métricas. O trabalho desenvolvido pelo time precisa ser acompanhado de alguma forma. Precisamos ter como saber se estamos indo bem ou se a performance não foi das melhores. Por isso, estabelecemos métricas que serão acompanhadas durante os ciclos de desenvolvimento.
Outro ponto importante é que as métricas não devem ser utilizadas para fazermos comparações entre os times. Cada Squad tem sua organização, framework, forma de pontuar e quebrar o seu Backlog de demandas. O que devemos fazer é comparar a Squad com ela mesma, sempre pensando no que podemos fazer para corrigir os problemas apontados pelas métricas.
Lembrando que estou listando alguns formatos bem específicos, porque são os que fazem sentido para o time em que estou no momento. Trabalhamos com Scrum e essas métricas são as que fazem sentido no nosso contexto.
Dito isso, vamos às métricas que podemos usar para acompanhar um time ágil.
Burndown
O Burndown é um gráfico com duas dimensões: dias na Sprint x soma das tarefas estimadas na Sprint.
Ele nos mostra visualmente o trabalho restante para a Sprint e uma linha indicando como o trabalho poderia estar sendo concluído no melhor caso, até o último dia da Sprint. Ou seja, a cada dia da Sprint temos o quanto ainda falta concluir do trabalho previsto na Planning.
O gráfico nos permite entender como o trabalho é concluído durante a Sprint e a identificar gargalos e dias em que precisamos atuar em possíveis impedimentos que bloqueiam o avanço do time. Também é um bom indicador de qualidade das estimativas.
No meu caso em específico, acompanho no Burndown as horas restantes das subtarefas estimadas na Sprint, mas ele também pode ser acompanhado através de pontos.
Velocity
Mais um gráfico que mostra o desempenho da Squad, mas agora comparando o que foi planejado com o que foi realmente entregue a cada Sprint.
Entender a velocidade do time nos permite fazer planejamentos mais assertivos, chegando a um ponto de equilíbrio onde sabemos o quanto podemos entregar a cada Sprint. Com essa informação, é possível fazer previsões mais realistas a respeito do tempo necessário para a entrega do Product Backlog atual.
Como não utilizamos pontos, a minha visualização desse gráfico é com a contagem de itens. Ou seja, a cada Sprint ele apresenta com quantos itens nos comprometemos na Planning e quanto itens foram concluídos e apresentados na Review.
Lead Time e Cycle Time
O Lead Time indica o tempo total entre um item entrar no Product Backlog e ser entregue. Ou seja, desde o momento em que o Product Owner incluiu um item no Product Backlog, até o momento em que o time concluiu o desenvolvimento do item.
Já o Cycle Time representa uma parte do Lead Time, pois ele é considerado apenas a partir do momento em que o time iniciou o desenvolvimento do item.
Dentro do time, costumo acompanhar para que o Lead Time médio não seja muito maior do que a duração de uma Sprint. E, para apoiar em um Cycle Time curto, também acordo com o time que as subtarefas de cada item do Sprint Backlog não podem ser estimadas em mais de um dia. Caso uma tarefa leve mais de um dia para ser feita, então devemos quebrá-la em pelo menos duas tarefas menores.
Também existem gráficos para acompanhar esses dois indicadores, mas foco em acompanhar a média desses números e, caso tenha alguma mudança em qualquer um deles, investigo mais a fundo para entender onde estamos com gargalos.
Blocked Time
Essa é uma das métricas que ainda não acompanho e pretendo incluir no nosso dashboard. Ela indica quanto tempo uma tarefa ficou marcada como bloqueada.
Muitas vezes, um item não é entregue porque muitas dependências foram identificadas e não tratadas durante a Sprint. Como Scrum Master, sempre acompanho os impedimentos, mas agora pretendo incluir uma métrica que me apoie nesse acompanhamento.
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Além dessas métricas, já acompanho os tipos de tarefas entregues, a eficiência e o número de deploys e rollbacks. Como não sou muito fã dos gráficos do Jira, pretendo exportar os dados para o Google Sheets e montar uma visualização de todas essas métricas. Além de facilitar o meu acompanhamento, também vai facilitar a consulta pelo próprio time ao ter todos os indicadores centralizados em um único local.
Sobre gestão: Feedback COIN
Uma seção para compartilhar as minhas descobertas a respeito da gestão de pessoas. As referências usadas na seção estão aqui.
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Continuando a seção com a competência de comunicação, hoje quero falar sobre a habilidade de dar e receber feedbacks. Mas, eu já enviei uma edição totalmente dedicada ao tópico, então vou falar mais especificamente sobre um tipo que pode ser usado para dar retornos mais estruturados para o time: o feedback COIN.
COIN é uma sigla para Context, Observation, Impact e Next. Em tradução livre: Contexto, Observação, Impacto e Seguinte. E, para cada uma das letras, temos uma etapa do processo de feedback.
Contexto
O processo se inicia com um contexto, que relaciona a pessoa que está recebendo a mensagem com o tópico do feedback. Ou seja, qual é a situação que será endereçada, além de reforçar o objetivo de buscar uma solução. Um exemplo de contexto seria:
Sei que você quer se relacionar melhor com o time e quero te ajudar nessa evolução.
Observação
O próximo passo é explicar o comportamento que foi observado e está motivando esta conversa. Aqui, devemos ser objetivos e focar em fatos. Seguindo com o exemplo, podemos expor a seguinte observação:
Na última Sprint, você chegou atrasado nas reuniões de refinamento, correto?
É importante, além de expor a observação, obter a confirmação de que estamos falando de uma situação real e que a pessoa tem ciência que aconteceu.
Impacto
Neste passo, é explicado o impacto que a situação observada causa no time e/ou na empresa como um todo. Os impactos listados podem partir da sua própria observação ou até mesmo de comentários feitos pelo time.
Isso faz com que tenhamos que repetir a explicação de alguns itens do Backlog e com que os seus colegas pensem que você não valoriza o tempo deles.
Seguinte
Aqui devemos mostrar como a pessoa pode reagir no futuro, quando situações parecidas acontecerem. Entender como deveria ter agido ajuda a elaborar um plano para fazer diferente na próxima vez. A ideia é evitar que os impactos ocorram novamente.
Você consegue se comprometer a chegar no horário nas próximas vezes?
Próximos passos
Existem algumas variações, como os modelos COINS e o COILED, mas a intenção dos dois é a mesma: convidar a pessoa que está recebendo o feedback a entender o que foi passado e a montar um plano de ação.
Dependendo do retorno que recebemos de quem está ouvindo o feedback, podemos ajustar a nossa sugestão de ação e até mesmo entender melhor o que está acontecendo. A ideia é que o processo de feedback proponha uma solução, além de apontar os pontos de melhoria.
Então, depois de entender a situação e entrar em acordo, devemos pensar em uma ação que possa ser realizada e que vai fazer a observação do feedback não ser repetida na próxima oportunidade
Juntando o exemplo, o feedback COIN poderia ser estruturado da seguinte forma:
Sei que você quer se relacionar melhor com o time e quero te ajudar nessa evolução.
Na última Sprint, você chegou atrasado nas reuniões de refinamento, correto? Isso faz com que tenhamos que repetir a explicação de alguns itens do Backlog e com que os seus colegas pensem que você não valoriza o tempo deles.
Você consegue se comprometer a chegar no horário nas próximas vezes?
Apesar de ser um exemplo contendo apenas a parte de um dos interlocutores, esse processo de feedback é usado para se manter um diálogo. A ciência de que a situação ocorreu e o comprometimento para agir diferente em uma próxima vez deve partir de quem o está recebendo.
Em casos em que a pessoa precisa de um tempo para absorver o que foi exposto, é possível marcar um segundo momento para conversar e se chegar a um acordo. O importante é respeitar como cada pessoa do time lida com os feedbacks, principalmente os que propõe melhorias, e conduzir de forma que se obtenha uma melhora e não um ambiente de trabalho hostil.
Livro do mês: Storytelling com dados
Todo mês, uma indicação de livro para o desenvolvimento pessoal e profissional.
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Ficha técnica
Título: Storytelling com dados: Um guia sobre visualização de dados para profissionais de negócios
Autora: Cole Nussbaumer Knaflic
Editora: Alta Books
Porque é uma boa leitura
Quando precisamos reportar o desempenho do time, usamos muitos dados para mostrar o histórico junto do estado atual. Reconhecendo que ainda precisava me aperfeiçoar nesse ponto, busquei nesse livro as referências para melhorar os meus relatórios.
Tinha lido ele junto do clube do livro das Mulheres de Produto e acabou virando o meu livro de referência sempre que o assunto é compartilhar os resultados do time. Os exemplos, tipos de gráficos e sugestões de melhorias apresentados são muito interessantes.
Depois de ler, notei que realmente faltava uma visão mais cuidadosa da minha parte no momento de construir as visualizações que eu apresentava. E o livro tem o caminho das pedras para resolver esse ponto.
Se interpretar e apresentar dados faz parte do seu dia a dia, esse livro é uma verdadeira aula de como fazer isso de forma mais profissional.
Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2022.
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Não sabia muito bem o que esperar desse livro e acredito que isso enriqueceu a minha experiência. Fui surpreendida pela história diversas vezes e, mesmo achando que não estava gostando tanto assim, me via querendo saber o final da história a cada momento do dia. A protagonista me cativou e consegui me conectar com ela de uma forma que há muito não me conectava com nenhuma personagem.
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Água fresca para as flores - Valérie Perrin
Depois de ler o Circe, decidi iniciar o livro de janeiro do Intrínsecos. A sinopse nos dá apenas pistas do que vamos ler e não cabe a mim falar muito mais do que isso. Terminei o livro obcecada com a história e pensando em como tantas personagens entrelaçadas não se perderam no meio do caminho. Simplesmente viciante.
Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
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Ainda firme e forte na promessa de postar toda sexta-feira. Estou até surpresa comigo mesma e com o quanto é eficiente prometer algo publicamente.
Agilidade
Primeiro post do blog dedicado apenas à Retrospectiva. Além de compartilhar como costumo planejar a cerimônia, também mostro algumas das minhas ideias para tentar manter o engajamento do time.
Facilitação
Além de estar lendo o livro da CNV em um clube do livro, também precisei compilar o material para montar uma apresentação a respeito. Aproveitando o embalo, escrevi esse post introdutório para quem não conhece e gostaria de conhecer uma forma de comunicação empática e muito útil no ambiente pessoal e profissional.
Extra
Vivenciando uma cultura de aprendizado contínuo
Post que escrevi para o Medium da iClinic com todas as iniciativas das quais fiz parte nesses últimos meses. Escrevendo ele, percebi que já aprendi muita coisa nova. Inclusive, na semana seguinte à publicação eu concluí o curso de visão estratégica e no mês que vem inicio o curso de comunicação.
Minha lógica sobre resultados fez sentido? Espero que sim. Principalmente agora que tenho tantos planos para os conteúdos que publico e um dos objetivos envolve justamente gerar mais resultados. Resultados que eu espero que se traduzam em mais pessoas trabalhando no papel de gestão.
Mas vou deixar só esse spoiler aqui e seguir com as minhas etapas de planejamento.
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Por hoje é isso, boa quinzena!
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Imagem do preview de Jez Timms, via Unsplash