Olá,
O círculo de influência é uma ótima ferramenta para lidar melhor com algumas situações da nossa vida. Já que ele nos mostra como podemos classificar praticamente qualquer coisa e lidar com ela de acordo. É uma ferramenta que me ajuda a pensar usando perspectivas diferentes e a focar em soluções. Por isso, a escolhi como tema dessa edição.
Também compartilho uma reflexão sobre como foi o meu ano até aqui. Fiz uma promessa mais focada no mindfulness no início desse ano e fazer revisões frequentes me parece muito conectado com esse objetivo.
Espero que seja uma boa leitura.
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🎯 Tema da edição: Círculo de influência
📘 Clube do livro para introvertidos
🪴 Organização pessoal: Reflexão de meio do ano
📖 Aprendizado contínuo: Minha primeira árvore no Forest
🎯 Tema da edição: Círculo de influência
Seção para falar sobre o tópico principal da edição.
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O círculo de influência é um conceito presente no livro "Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes". Já mencionei ele na série "Lidando com mudanças", mas queria explorar esse conceito um pouco mais aqui na newsletter.
Eu gostei de conhecer o círculo de influência porque parece algo muito lógico. Sempre existem coisas que podemos mudar e que não podemos mudar e o nosso nível de stress vai depender do quanto damos atenção a cada uma delas.
Particularmente, sou uma pessoa que se preocupa muito com o que eu não posso mudar. Mas acho que o problema maior é que geralmente me preocupo antes de fazer a avaliação do quanto tenho influência sobre o problema. Por isso, parar para avaliar a situação e depois escolher o quanto vou gastar de energia é uma solução que me ajuda muito. Ajuda mais ainda quando eu lembro de aplicar desde o início.
Partindo para a definição, as situações que enfrentamos podem ser representadas por dois círculos:
O círculo menor é o círculo de influência, ou seja, o universo de situações sobre as quais podemos ter controle e interferir nos resultados. E o círculo maior é o círculo de preocupação, que representa todas as situações sobre as quais não temos controle. O autor do livro indica que o nível de tempo e energia que dedicamos em cada um dos círculos define o nosso grau de proatividade:
Foco proativo: quando lidamos com situações do círculo de influência, direcionando a nossa energia para aumentar esse círculo
Foco reativo: quando concentramos nossos esforços no círculo de preocupação, em que nos deixamos controlar pelas situações
Como o meu objetivo desse ano é estar mais centrada no presente, acredito que ter um foco proativo vai me ajudar muito nisso. Eu já perdi muito tempo (de vez em quando ainda perco) com reclamações e preocupações sobre coisas que eu não tinha nenhuma influência. E quando eu penso nisso, eu consigo ver o quanto não faz sentido se martirizar com algo que você não pode mudar.
Obviamente, isso não significa que não vou me preocupar ou me prevenir de possíveis consequências. Mas uma forma de viver melhor é aceitar que a vida está cheia de acontecimentos que não conseguimos prever e mudar. E, quando nos preocupamos com essas fatalidades, acabamos culpando as circunstâncias, focando na fraqueza dos outros e tendo atitudes negativas.
Por isso, ter um foco proativo me parece a opção menos estressante. Menos estressante porque acredito que viver sem stress é impossível. Mas direcionar a nossa energia para o que podemos controlar e influenciar nos dá uma chance de melhorar, de contribuir e de saber que estamos levando a vida que escolhemos levar. Pelo menos em relação ao que podemos controlar.
O livro também descreve três categorias de problemas que podemos enfrentar:
Controle direto: problemas que envolvem nosso próprio comportamento e que podem ser resolvidos quando trabalhamos os nossos hábitos
Controle indireto: problemas que envolvem o comportamento dos outros e que podem ser resolvidos através da nossa influência
Controle inexistente: problemas que não podemos interferir
Pensar nessas categorias de problemas também é muito útil. Considerando os problemas de controle direto, se eu estou insatisfeita com algo, somente eu posso mudar a situação. Então eu tenho uma escolha muito clara: resolver ou seguir reclamando indefinidamente. Se eu estou com a visão clara de que esse problema depende apenas de mim para ser resolvido, sei que em algum momento eu vou tomar uma atitude para resolver ou decidir conviver com ele.
Já os problemas de controle indireto não estão somente nas minhas mãos. Mas, tendo essa consciência, também posso ficar tranquila ao saber que fiz tudo o que estava ao meu alcance. Principalmente porque influenciar não significa mandar alguém fazer alguma coisa. Então, em problemas dessa categoria, me limito a dar sugestões e a minha visão sobre o assunto e respeito o resultado. Pode ser que o resultado não me agrade, mas, como eu disse, ele não depende de mim.
E os problemas de controle inexistente são os que mais me afetam. Na verdade, não são todos os problemas dessa categoria que me afetam, mas sim as preocupações com o meu passado, que estão dentro dessa categoria. Acredito que muitas pessoas se pegam pensando em algo que fizeram e se arrependeram e, mesmo sabendo que não têm como mudar o que já passou, se deixam abater por isso. Mas esse livro tem uns trechos que me ajudam a lidar com os problemas de controle inexistente:
Para as pessoas oprimidas pelo arrependimento, o exercício de produtividade mais proveitoso é compreender que os erros do passado encontram-se também no círculo de preocupação. Não podemos chamá-los de volta, não podemos desfazê-los, não podemos controlar as consequências que surgiram em função deles.
[...]
Deixar de reconhecer o engano, de corrigi-lo e de aprender a lição nele contida, entretanto, é um erro de outro tipo.
[...]
É importante admitir e corrigir imediatamente nossos erros, de forma que eles não ganhem força para influenciar os momentos posteriores e possamos retomar o controle.
Resumindo, esses trechos indicam que devemos assumir a responsabilidade sobre as nossas ações de agora. A cada erro, devemos aprender e trabalhar para virarmos uma pessoa melhor e assim ter um futuro cada vez mais tranquilo. Sempre com a consciência de que não podemos mudar o que já passou.
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Eu ainda não terminei de ler o livro, mas ele é um dos livros de não ficção que mais me ajudou a lidar com os pontos que quero evoluir esse ano. Sei que nem todas as pessoas gostam desse papo de coach, mas o Stephen R. Covey está me convencendo de que o conteúdo dele é muito rico e valioso.
Espero que o círculo de influência seja tão útil para você quanto está sendo para mim. Caso queira se aprofundar no assunto, o livro tem um capítulo inteiro dedicado ao círculo de influência.
📘 Clube do livro para introvertidos
Um clube para quem quer participar de leituras coletivas, sem necessariamente precisar interagir. Para participar, acesse a página do projeto.
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Finalizamos a leitura de "O poder dos quietos" e agora chegou o momento de votar no próximo livro. Caso queira ajudar a escolher a próxima leitura e acessar o material da leitura anterior, é necessário fazer parte do clube do livro para introvertidos. Para isso, basta se inscrever no projeto.
Estamos com 3 opções disponíveis para votação:
O próximo livro será anunciado no dia 01/08 e a leitura inicia no dia 15/08.
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Agora o Clube do Livro para Introvertidos está dentro do Substack, ou seja, não é preciso criar uma conta em outra plataforma para participar do projeto. Todos os assinantes já foram avisados sobre a troca e todo o conteúdo postado anteriormente já foi migrado.
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Decidi por não incluir automaticamente quem está na Trilha de Valor na lista de envios do clube, mas convido quem quer ser informado sobre as próximas leituras a se inscrever nessa nova seção da newsletter. Os anúncios de leitura são enviados para todos e o acompanhamento da leitura e o material complementar são enviados apenas para os integrantes do clube.
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🪴 Organização pessoal: Reflexão de meio do ano
Seção para reforçar o meu compromisso de manter a minha própria organização.
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No início do ano, publiquei um texto a respeito das minhas promessas para 2023. E, tentando fazer diferente dos anos anteriores, estou publicando esse checkpoint para refletir sobre o ano até aqui.
Acredito que o ponto de destaque é que acabei não terminando o curso dos hábitos atômicos e nem o livro. Mas o livro eu ainda pretendo terminar. Eu acho que o meu erro foi querer fazer muitas ações de mudança de hábitos ao mesmo tempo. Estava fazendo o curso e lendo o livro ao mesmo tempo em que fazia o curso do Método Vida Organizada (MVO). Então tive que decidir entre aplicar as dicas dos hábitos atômicos ou as do MVO e decidi pelo segundo.
Uma mudança que precisei fazer foi organizar melhor a minha rotina de leitura e estudos. Desistir ou adiar algumas coisas foi necessário para que essas atividades sigam sendo prazerosas. Tinha o mau hábito de não querer desistir de coisas que não estavam me mantendo feliz por achar que eram importantes. Mas agora estou me forçando a avaliar o que é extremamente necessário e preciso encaixar e o que é o que eu realmente quero fazer.
Na área do mindfulness, encontrei uma atividade que vem me ajudando a esvaziar a mente e ter momentos de relaxamento. O bordado livre tem sido uma grata surpresa e me ajuda a desacelerar durante a semana. Bordar o calendário do ano está me ajudando a manter uma rotina mais calma e espero conseguir manter o ritmo até dezembro.
Fazer o planejamento semanal todos os domingos tem me ajudado muito a ter uma semana produtiva e tranquila ao mesmo tempo. Estou me sentindo muito melhor com o meu dia a dia e pretendo compartilhar como faço esse planejamento numa próxima edição.
De forma geral, estou satisfeita com o que fiz até aqui. Abrir mão de algumas coisas é uma decisão que já me trouxe muita dor e consigo ver o quanto estou mais consciente das minhas ações. O que está bem conectado com a edição de hoje também.
Deixo aqui a sugestão para que você reveja os seus objetivos desse ano e pense se precisa fazer alguma mudança de rota. Só parar para pensar a respeito de como estamos lidando com os nossos objetivos já é de grande ajuda.
📖 Aprendizado contínuo: Minha primeira árvore no Forest
Seção com a minha rotina de aprendizado.
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Eu já falei sobre o Forest App aqui na Trilha de Valor e no blog. Ele é um aplicativo usado para organizar momentos de foco com a técnica Pomodoro. Ao mesmo tempo que focamos, o aplicativo cresce árvores que vão preenchendo a nossa floresta virtual. Além disso, cada árvore gera moedas virtuais, que podem ser usadas para plantar árvores de verdade.
Nesse mês, percebi que consegui juntar moedas suficientes para plantar uma árvore de verdade. O processo é bem rápido e aumentou e muito a minha motivação para seguir focando e usando o aplicativo. Reforço a recomendação porque, além de me ajudar a organizar os meus momentos de estudo, é possível causar um impacto real com o seu uso.
📄 Notas quinzenais
Uma curadoria sobre tudo o que chamou a atenção nos últimos dias. Por William Brendaw.
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A era dos brasileiros hiperconectados
Um infográfico bem completo que analisa o alto nível de conexão dos brasileiros com a internet, além de comparar o nosso uso com o de outros países.
E acho que agora a gente pode dizer que o celular/internet, e não o futebol, é a verdadeira paixão nacional.
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Por que os celulares fazem tantas coisas?
Uma análise muito interessante que tenta responder como, onde e quando os celulares se tornaram mini computadores, substituindo muitos aparelhos da nossa rotina no passado para apenas este pequeno dispositivo.
Muito louco pensar que centralizamos/potencializamos a nossa atenção em apenas um lugar só.
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A importância dos dispositivos de função única
Um artigo que mostra como o celular, com suas múltiplas funções, nos atraem para a armadilha da distração. E também como é possível voltar a usar dispositivos de função única, como câmeras, relógios e tocadores de discos, para nos ajudar a nos distrair menos e voltar a focar melhor.
Conteúdo em inglês.
📚 Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2023.
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Desenvolvimento ágil limpo - Robert C. Martin
Esse livro promete voltar às origens do ágil e entrega o que promete. Desde a criação do manifesto ágil, foram criados diversos frameworks, certificações e práticas que não refletem a intenção original. E esses foram alguns dos motivadores para a existência desse livro. O autor vai direto ao ponto e descreve exatamente o que é ser ágil, sem nenhuma perfumaria.
O único ponto negativo é que a edição em português tem alguns problemas de revisão que podem ser um pouco irritantes.
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O poder dos quietos - Susan Cain
Essa foi a primeira leitura do clube do livro para introvertidos. Gostei muito do que foi apresentado e achei uma ótima fonte de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Ser introvertido não deveria ser algo negativo, mas sim apenas mais uma característica. Esse livro mostra o caminho para se chegar a essa conclusão.
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Eu fiquei muito engajada lendo essa história e não estava nem um pouco preparada para o final. É um livro bom, mas é bem pesado. Por isso, não recomendo para quem não gosta de ler a respeito de temas mais polêmicos e sensíveis.
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Vingadores ultimato: O anjo pirata, a árvore falante e o capitão guaxinim - Steve Behling
Esse livro se passa entre os acontecimentos de "Vingadores: Guerra Infinita" e "Vingadores: Ultimato". É bem curtinho, mas mostra alguns detalhes bem interessantes da relação entre o Rocky e a equipe dos Guardiões da Galáxia. Algo que foi mais explorado no "Guardiões da Galáxia: Volume 3".
💻 Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
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Livros
Minhas leituras de ficção preferidas
Geralmente, falo dos livros de ficção que estou lendo com mais frequência aqui na newsletter. Com o envio dos checkpoints de leitura a cada 6 meses, acaba que eu falo no blog muito mais sobre livros de não ficção. Pensando em fugir um pouco desse padrão, escrevi esse post com os livros de ficção que mais gostei desde quando retomei o hábito da leitura.
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Liderança e gestão
Sobre gestão - Rituais de gestão - Parte 2
Seguindo com os rituais de gestão, descrevo nesse post sete rituais que costumam fazer parte da minha rotina junto ao time. Pode ser que você não necessite de todos eles ou até mesmo facilite de forma diferente. Mas acho interessante compartilhar como eles sem encaixam na minha agenda e os motivos pelos quais considero cada um deles importante.
Ultimamente, tenho compartilhado bastante o que venho aprendendo com leituras de não ficção. E acredito que são conceitos que estão gerando bons tópicos para cada edição da newsletter. Compartilhar me ajuda a reforçar o aprendizado e acredito que ajuda quem não conhece algum conceito ou não tem paciência para ler um livro inteiro.
E momentos como a metade do ano sempre ajudam nas reflexões sobre a nossa vida. Por isso, decidi compartilhar hoje o círculo de influência. Espero que tenha sido útil e que te ajude a ver os problemas existentes de forma mais prática e realista.
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Por hoje é isso, boa quinzena!