Olá,
A edição de hoje é uma das mais conectadas com o meu dia a dia atual. Trabalhar em home office e mesmo assim precisar focar em habilidades de inteligência emocional descreve exatamente o momento profissional que estou vivendo.
Na seção “Organização pessoal”, falo um pouco sobre como estou com uma postura de home office um pouco diferente da que já tive em oportunidades de trabalhar de casa antes da pandemia. E na seção “Sobre gestão”, compartilho o que aprendi sobre inteligência emocional e listo algumas estratégias para evoluir esse ponto tão importante para a vida pessoal e profissional.
Espero que seja uma edição muito útil e cheia de valor para você que me acompanha.
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🗒️ Organização pessoal: Home office de verdade
👥 Sobre gestão: Inteligência emocional
📚 Lista de leitura
💻 Últimos posts do blog
Organização pessoal: Home office de verdade
Seção para reforçar o meu compromisso de manter a minha própria organização.
ㅤ
Depois de falar sobre como não deixar o horário de trabalho invadir a minha vida pessoal, achei prudente comentar sobre a situação contrária: como manter o ritmo de trabalho estando em casa?
Enquanto trabalha, a Netflix manda uma notificação daquela série que você estava sofrendo por uma nova temporada no meio da tarde; o cesto está cheio de roupas sujas e as limpas estão todas te olhando só esperando você tomar vergonha na cara, dobrar e guardar; o interfone toca a cada 30 minutos com uma entrega da Black Friday; está chegando o horário do almoço e você ainda nem pensou no que vai comer… Acho que deu para entender, né?
Esses exemplos foram bem específicos porque eu passo por essas dores diariamente. Mas agora tento lidar com elas de forma diferente. Não consegui resolver tudo, mas no que diz respeito às tarefas de casa, decidi incorporá-las na rotina do trabalho. 15 minutos de intervalo entre uma reunião e outra? Dá tempo de pegar uma água e colocar uma máquina de roupa para lavar. Na reunião individual avisaram que vão se atrasar 5 minutos? Vou aproveitar para dobrar o lençol de elástico. Ou seja, em qualquer pausa durante o dia, tento me movimentar mesmo que eu não tenha nada para fazer na casa.
Assim, eu estou conseguindo ter duas vantagens que eu não tinha trabalhando de forma presencial: eu me exercito muito mais, já que não fico só sentada entre uma reunião e outra e, no final do dia, a casa está com uma cara bem melhor do que quando acordei.
Desculpa se você começou a ler pensando que eu ia falar que fico trancada no quarto, sem me mover durante o dia e só pensando em trabalho. Eu sei que se a Ingrid do passado ler isso daqui ela vai ficar horrorizada, provavelmente pensando que não iria querer trabalhar no mesmo time que eu. Mas o que interessa é que estou presente em cada reunião marcada, entrego cada demanda esperada e faço o meu trabalho com o maior prazer. E não é isso que interessa no final do dia?
É importante fazer pausas, para estar descansado o suficiente para trabalhar e manter o foco durante os momentos dedicados ao trabalho. E nem aconselho que você use todas para fazer alguma coisa. Na maioria delas, só aproveita para descansar mesmo.
Organizar os momentos de foco em Pomodoros pode ser uma boa opção para manter a produtividade nessas horas e não sobrecarregar o cérebro. Mas, mais importante ainda, é ter acordos com quem mora com você, para que todos entendam que, mesmo estando em casa e parando de vez em quando, você tem um compromisso com o trabalho.
ㅤ
Sobre uso do planner no mês de março: mês passado foi o momento em que percebi quando a minha motivação gerada com o ano novo acaba. Por mais que tenha sido um mês com muitos acontecimentos que me impediram de manter o planejado, notei que não me esforcei o suficiente para manter o que achava que queria. Na última semana de março, a mudança abrupta de temperatura foi a desculpa perfeita para levantar da cama um pouco mais tarde e, sem surpresa nenhuma, deixar de fazer algumas coisas.
Infelizmente, foi o primeiro mês em que não consegui concluir os objetivos que estabeleci na primeira semana e vou precisar me organizar para entender se ainda faz sentido continuar com eles.
Para abril, a estratégia que pretendo seguir é distribuir melhor as atividades durante a semana e deixar o final de semana livre. O meu ritmo de trabalho tem sido muito intenso e preciso compensar de alguma forma, principalmente para que não prejudique os meus projetos paralelos.
Sobre gestão: Inteligência emocional
Uma seção para compartilhar as minhas descobertas a respeito da gestão de pessoas. As referências usadas na seção estão aqui.
ㅤ
Encerrando as competências de gestão, hoje trago a inteligência emocional. Essa é uma competência que sei que preciso trabalhar há muito tempo e, depois de alguns eventos estressantes nas últimas semanas, decidi que deveria dar a devida atenção.
Quando falamos sobre o que constitui uma pessoa, temos uma definição que faz uma divisão em 3 partes:
Quociente de inteligência (QI): a nossa inteligência, que pode ser traduzida como a nossa capacidade de aprender
Quociente emocional (QE): a nossa capacidade de reconhecer e entender as emoções em nós mesmos e nos outros e, a partir delas, gerenciar os nossos comportamentos e relacionamentos
Personalidade: estilo que nos define, que é resultado das nossas preferências
Observando essas definições, podemos imaginar que o mais importante para o trabalho seja o QI. Mas pesquisas mostram que o QE é cada vez mais importante para que se tenha sucesso tanto no ambiente pessoal quanto no profissional. Além disso, o QE é o único que podemos aprimorar. O que também significa que podemos defasá-lo, caso não o exercitemos por algum tempo.
O que é a inteligência emocional
Dando uma definição um pouco mais completa, a inteligência emocional é dividida em 4 habilidades, que são classificadas em duas competências.
A primeira competência é a pessoal, que é focada no indivíduo. Ela é o que se refere à capacidade de reconhecer e entender as suas próprias emoções e ajustar o seu comportamento. Dentro dela, temos duas habilidades:
Autoconsciência: capacidade de notar as nossas próprias emoções quando elas surgem e saber como reagimos em diferentes situações
Autogestão: capacidade de usar a autoconsciência para mudar o nosso comportamento de acordo com a situação
A segunda competência é a social, que é voltada para os outros. Aqui focamos em como entender os sentimentos das pessoas com as quais nos relacionamos e usar esse entendimento para enfrentar diversas situações da melhor forma possível. E nela temos mais duas habilidades:
Consciência social: capacidade de notar as emoções de outras pessoas
Gestão de relacionamentos: capacidade de usar a autoconsciência, autogestão e consciência social para gerenciar relações e gerar e manter vínculos saudáveis com outras pessoas
Como evoluir a inteligência emocional
A recomendação oficial é que se faça um teste para avaliar o seu quociente de inteligência emocional e priorize a habilidade mais deficiente. Nós devemos trabalhar constantemente as quatro habilidades, mas é normal que tenhamos afinidade maior com alguma delas. Por isso, fazer um plano para evoluir uma habilidade por vez é o recomendado.
Cada habilidade vai requerer uma estratégia diferente para desenvolvimento. Estes são exemplos de estratégias que podemos adotar para evoluir cada uma delas:
Autoconsciência: aprender a identificar as emoções, pedir opiniões dos outros, mudar a forma como rotula as emoções
Autogestão: melhorar o sono, aceitar que mudanças são inevitáveis, não tomar decisões precipitadas
Consciência social: observar a linguagem corporal das outras pessoas, praticar a arte de ouvir, viver o momento
Gestão de relacionamentos: aprimorar a comunicação, saber aceitar críticas, explicar as decisões
Vendo essa lista, parece até muito vago trabalhar cada uma dessas estratégias. Mas é possível elaborar cada uma em uma série de exercícios em que certamente algum deles se encaixa na sua realidade.
Planeje ciclos para avaliar novamente a sua pontuação de inteligência emocional e consulte as estratégias sugeridas para cada habilidade no livro Inteligência emocional 2.0 sempre que notar que passou por alguma experiência em que a sua reação poderia ser melhorada.
Quando você é responsável por gerenciar um time, é importante saber identificar em qual habilidade é preciso evoluir. Além disso, conseguir identificar as oportunidades de melhoria da inteligência emocional dos integrantes do seu time é parte de um bom trabalho de gestão e evolução de pessoas. E se torna mais um ponto em que você pode apoiar os seus liderados dentro da carreira de cada um deles.
Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2022.
ㅤ
Na última edição acabei não enviando os últimos livros que tinha lido. Mas reuni todos os faltantes na edição de hoje, em ordem de conclusão.
ㅤ
Roube como um artista: 10 dicas sobre criatividade - Austin Kleon
Livro bem curto com dicas bem legais para quem, assim como eu, é de exatas e quer se aventurar na criatividade. O maior proveito que tirei dele foi pegar diversas referências para poder ler em um segundo momento.
ㅤ
Li esse livro junto de um clube do livro do trabalho. Já tinha ouvido falar e me surpreendi com o quanto as situações descritas na história se parecem com a realidade. Por um lado, é legal ler algo tão factível e que me fez relacionar as personagens com várias pessoas que passaram pela minha vida profissional. Por outro, chega a ser incômodo ver que alguns problemas que enfrentei também parecem acontecer em vários ambientes diferentes, sendo que não precisa ser assim.
ㅤ
Livro de março do clube do livro das Mulheres de Produto. Gostei por ser um livro bem sucinto e que vai direto ao ponto. Acredito que muitas coisas que tolerei por achar que iria melhorar ou que eu devia alguma coisa para a empresa em que trabalhava não teriam acontecido se tivesse lido ele antes. Por mais que alguns conselhos tenham doído, acho que são todos muito úteis e devem ser relembrados frequentemente.
ㅤ
Inteligência emocional 2.0: Você sabe usar a sua? - Travis Bradberry e Jean Greaves
Quando recebi o primeiro feedback de que deveria trabalhar a minha inteligência emocional, não sabia muito bem o que isso significava. Lendo o livro, consegui entender as situações em que agi com pouca inteligência emocional e as estratégias que deveria ter adotado para evitar desgastar os meus relacionamentos no trabalho. Mais um livro que vou manter como material para consulta constante.
ㅤ
As desventuras de Arthur Less - Andrew Sean Greer
Uma história com ritmo acelerado, mas gostosa de ler. Incluí ele na lista para ler romances diferentes dos que estou acostumada e não me arrependi. Só considerei ele acelerado pelo fluxo da narração do livro, que viaja na linha do tempo de uma forma que fez eu me perder de vez em quando. Mas nada que tenha atrapalhado a experiência.
Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
ㅤ
Os últimos posts não têm sido tão técnicos, até porque acredito que não documentei muitas coisas que tenho estudado a respeito das soft skills. Mas ainda estudo pontos mais técnicos e pretendo organizar todo o conteúdo para futuramente ter uma nova série de posts no blog.
ㅤ
Ferramentas
Organização das tarefas do dia a dia de trabalho
Por mais que use o Coda para organizar anotações de reuniões e guardar informações do time, ainda dependo muito do papel para acompanhar as atividades do dia a dia. Neste post, mostro a minha organização para não perder nenhuma tarefa pendente, ao mesmo tempo que tento não ficar sobrecarregada.
ㅤ
Dicas
Boas práticas para o trabalho assíncrono
Além da confiança, o trabalho remoto também exige boas práticas para manter a produtividade. Reuni quatro dicas simples que podem fazer a diferença no trabalho do time e que são aplicáveis com um baixo nível de esforço.
As últimas semanas foram intensas, tanto no trabalho quanto no geral. Alguns acontecimentos até me afastaram do Twitter, enquanto me aproximaram de outros formatos de conteúdo. Mas, no final, foi bom para que eu pudesse fazer uma autoavaliação em relação ao que eu consumo e deixo passar como algo sem importância por ficar sabendo de várias coisas através de memes.
Ao mesmo tempo que tento me afastar do Twitter, percebi que o perfil da Trilha de Valor estava abandonado. Por isso, criei uma thread fixada com as últimas edições publicadas:
Caso ainda não siga por lá, fica o convite. Prometo que tudo o que vai nesse perfil é relacionado com a newsletter e com os assuntos que abordo aqui. Além de sempre evitar postar muita coisa para não encher a timeline de quem segue.
ㅤ
Por hoje é isso, boa quinzena!
ㅤ
Imagem do preview de Larm Rmah, via Unsplash