Olá,
A edição de hoje marca o final da seção "Hack de carreira" e nada melhor do que encerrar com um tema tão importante como propósito.
No momento, sinto que o meu propósito vem sendo renovado. Muitas coisas que compartilhei aqui aconteceram porque perdi ele de vista e deixei para depois em detrimento de uma entrega, um prazo, uma escolha que não era minha.
Compartilhar a minha carreira e chegar aonde estou no momento deixou bem claro para mim como meu propósito profissional foi mudando e como ele vai se renovando a cada experiência. Espero ter conseguido passar essa sensação nos meus textos e que esse autoconhecimento siga acontecendo.
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🧭 Hack de carreira: Parte final
📝 Recomendações da edição
📚 Lista de leitura 2021
💻 Últimos posts do blog
⌨️ Posts futuros do blog
Hack de carreira: Parte final
Nesta seção, falei sobre como mudei alguns comportamentos que cultivei desde o meu primeiro emprego e que até pouco tempo atrás me prejudicavam e eu não tinha consciência. No decorrer das edições, expliquei um pouco melhor como tudo aconteceu e espero que sirva de exemplo e motivação. O primeiro capítulo dessa história foi contado na primeira edição.
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Depois de tantas edições, finalmente cheguei no momento de montar um plano de ação para fazer uma mudança na minha carreira. Já dei alguns spoilers na edição anterior, mas pretendo esclarecer um pouco mais esse momento.
A primeira coisa que eu fiz foi identificar o que não estava me satisfazendo. Como já comentei, eu adorava o time que estava trabalhando, aprendia muito sobre CRM e fazia parte de um grande momento de transformação digital. Porém, alguma coisa não estava me fazendo bem. Depois de todo o processo que contei na última edição, eu entendi que realmente me fazia falta ter um reconhecimento e uma perspectiva de possibilidades de carreira. Mesmo que a perspectiva fosse que eu iria sempre fazer o que eu fazia no momento. Mas eu precisava de uma gestão mais próxima e as mudanças constantes de gestão impediam isso.
Sabendo o que me incomodava, eu pude identificar o que eu deveria mudar para me motivar novamente. E assim, montei um plano de ação tímido, que iniciava com apenas um passo: conversar com a gestão.
Nessa conversa, expus as minhas dores, deixando claro o que eu gostaria de mudar. Além disso, também falei sobre as minhas entregas e resultados. Afinal, não adianta apenas reclamar sem apresentar soluções e sem justificar o porquê. Porém, o momento não era propício para mudanças e dependia de um retorno do RH para poder ter algum reconhecimento. Já adianto que o retorno do RH foi o mesmo, ou seja, deveria esperar para conversar novamente sobre as minhas insatisfações em outro momento.
Só que eu já estava no meu limite e falar sobre isso oficialmente trouxe à tona um peso e uma vontade de mudar que estavam guardados há tanto tempo que não tinha como ficar sem fazer nada. Foi assim que, depois de muito conversar em casa e com amigos e ler sobre as experiências de outras pessoas, eu decidi montar um novo plano de ação, dessa vez um pouco mais elaborado:
Entender se quero apenas mudar de empresa ou se também quero mudar a minha atuação;
Se decidir mudar a atuação:
Encontrar projetos com vagas abertas;
Escolher entre as vagas disponíveis quais fariam sentido e me candidatar;
Se decidir mudar de empresa:
Escolher empresas para me candidatar;
Me preparar para os processos seletivos.
Eu decidi manter a minha atuação e mudar de empresa. Falo com mais detalhes sobre a execução desse plano no post "Como foi o meu processo de troca de emprego" e, até o momento, posso dizer que foi a melhor decisão que tomei.
O que o post não mostra é que foram muitas noites dormindo mal, pensando em como seria parar de trabalhar com o time, nos impactos que a minha decisão causaria e todo o tipo de cenário negativo possível. Mas depois que me convenci que o melhor a fazer seria o melhor para mim, eu apenas pedi demissão. Não tinha me candidatado em nenhuma vaga, não tinha ideia de para onde iria e nem sabia quanto tempo ficaria desempregada. Mas, como comentei, depois que eu falei sobre o que me incomodava, apresentei opções, pedi ajuda e o retorno foi tão impessoal por parte do RH, eu sabia que a Ingrid que eu era iria aflorar a qualquer hora.
Falar assim é até engraçado, mas no início da minha carreira eu era uma pessoa que falava bastante em debates técnicos, me posicionava, sabia exatamente o que eu queria fazer e tinha orgulho de estar na área que escolhi atuar. Conforme o tempo foi passando e as experiências que compartilhei aqui foram acontecendo, sinto que fui sendo silenciada, desacreditada e descreditada. E o pior de tudo é que eu deixei tudo isso me afetar e virei uma pessoa que fica nervosa ao falar na frente de muitas pessoas, mesmo dominando o assunto; que sempre se questiona se deve dar uma opinião que não está de acordo com a maioria; que trabalha sempre séria; que se coloca num canto só observando em qualquer lugar só para evitar fazer algo de errado ou, mesmo sem fazer nada de errado, ser subjugada e tratada como uma empregada particular de quem gosta de aproveitar pequenos poderes.
Falar tudo isso não é nada fácil, mas acho que não falar também ajuda a manter os maus comportamentos dos outros, que acham que não é nada demais. Os passos mais difíceis que dei sempre foram os que me levaram para fora dos ambientes tóxicos em que vivi, mas foram os mais libertadores possíveis. Agora me resta recuperar a minha confiança, que está voltando aos poucos, e seguir apaixonada pelo meu trabalho. Apesar de ir um pouco contra o que falam, eu amo trabalhar. O meu propósito de vida está muito alinhado com o meu lado profissional e todo o trabalho que tive foi para estar onde estou e fazer o que faço. Então não vou deixar ninguém tirar isso de mim.
Obrigada por ler até aqui.
Recomendações da edição
Seção com as recomendações relacionadas com o assunto da newsletter ou com novidades interessantes e que acho que vale a pena conhecer.
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Teste de personalidade que possui 4 tipos de personalidades possíveis: analistas, diplomatas, sentinelas e exploradores. E, dentro de cada um desses tipos, existem 4 classificações. Já vi muitas críticas e ressalvas em relação a esse teste, mas confesso que o resultado do meu foi muito certeiro. Além de me identificar muito, também gostei bastante do material fornecido para entender melhor a personalidade retornada e as dicas para melhorar várias áreas da vida a partir do resultado.
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O poder do quando - Dr. Michael Breus
Ultimamente, parece que tem sido cada vez mais difícil manter a motivação e a rotina. Estar em quarentena há quase 1 ano e meio justifica, mas tento manter uma rotina minimamente controlada. Desde o ano passado, venho seguindo a rotina para o meu cronotipo, que descobri através do teste desse livro. Sempre que desvio um pouco, sinto que o meu rendimento cai e, quando retorno, me sinto muito bem. Fica a recomendação para quem está lutando para se manter no ritmo.
Lista de leitura 2021
Prometi ler 12 livros em 2021. Já passei desse número, mas sigo compartilhando os últimos livros que li. A lista da promessa original pode ser vista no post Lista de leitura 2021.
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A biblioteca da meia-noite - Matt Haig
O livro de julho da TAG Inéditos não é recomendado para todas as pessoas, então recomendo que você busque mais a respeito da sinopse antes de ler. Para mim, foi um livro que me fez pensar muito e terminei a leitura muito grata pela mensagem que o autor passa. Gosto de ler histórias que me dão aquele quentinho no coração e estava há um tempo sem ler algo do tipo.
Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog. Não será uma seção com envio tão frequente porque estou aderindo ao slow blogging, mas sempre que houver alguma novidade, você fica sabendo por aqui.
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Como tinha comentado na edição anterior, pretendia postar os modelos que compõem a Gestão de Mudanças 3.0 e até o momento já publiquei 3, só falta 1.
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Facilitação
O primeiro modelo é o PDCA, usado na fase "Dance com o sistema". É o famoso "Plan - Do- Check - Act".
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Depois, vem o ADKAR na fase "Considere as pessoas". Ele faz parte da Metodologia Prosci e descreve os 5 resultados que precisamos alcançar com os indivíduos que estão sendo impactados pelas mudanças.
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Em seguida, uma adaptação da "Curva de adoção da inovação", na fase "Estimule a rede". A curva mostra a tendência de adoção da inovação, com o público dividido em 5 grupos distintos.
Posts futuros do blog
Sempre estou planejando novos conteúdos e gosto de compartilhar este processo com os inscritos na newsletter. Esta seção inclui as ideias que estão na fila e o que ando estudando e pode virar post.
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Sinceramente, sinto que as semanas estão passando tão depressa que preciso parar para pensar sobre o que mais escrever. Não é por falta de assunto, porque ando estudando muita coisa. É mais uma questão de organização mesmo. Muitas vezes é difícil categorizar e ordenar tantas anotações a ponto de ter algo que valha a pena compartilhar.
Vou seguir falando de carreira e das minhas experiências em posts futuros. Mas, como acredito que o "Hack de carreira" cumpriu o seu propósito, decidi que chegou o momento de encerrar esta seção. Talvez retorne com um outro formato, mas estou satisfeita com a forma que a história foi contada até aqui.
Essa edição também não teve a seção "Falando sobre agilidade" porque não consegui terminar um texto revisado a tempo e achei melhor adiar. Feito é melhor do que perfeito, mas nesse caso nem feito direito estava.
Como sempre, fique à vontade para responder esse email me contando o que achou.
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Por hoje é isso, boa quinzena!
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Imagem do preview de Andy Holmes, via Unsplash