Olá,
A edição de hoje foca num tópico que venho trabalhando há algum tempo: a delegação. Depois de receber um feedback a respeito, notei que é uma tendência minha assumir algumas tarefas que deveriam estar com o time. Também percebi que um feedback sobre esse comportamento no início da minha carreira teria sido muito valioso.
Mas só podemos trabalhar para ajustar os pontos que estamos cientes. Por isso, tento não me martirizar por erros que cometi e ninguém me apontou que estava errada. Isso acontece.
Além desse tema, tenho um anúncio sobre um projeto que estou planejando há algum tempo e o resultado do sorteio que abri na última edição.
Boa leitura.
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
📘 Clube do livro para introvertidos
📖 Aprendizado contínuo: Encaixando o aprendizado no dia a dia
🎯 Tema da edição: Delegar
Seção para falar sobre o tópico principal da edição.
ㅤ
Depois de receber alguns feedbacks a respeito, percebi que sempre tive dificuldade de delegar. Gosto de estar ciente de tudo o que acontece: como o time está trabalhando, quais impedimentos estão atrapalhando, quais prazos precisamos atender. Só que trabalhando a minha delegação, eu entendi que eu não preciso estar presente para ficar ciente.
Sempre que recebo um feedback, procuro materiais a respeito para tentar resolver o ponto indicado. E esse da dificuldade de delegar me lembrou de um livro que eu tinha lido há algum tempo e, aparentemente, tinha me esquecido da mensagem principal. Por considerar essa mensagem importante, decidi compartilhar ela contigo na edição de hoje.
O livro em questão é o "Como as mulheres chegam ao topo", de Sally Helgesen e Marshall Goldsmith. E, apesar do título, acredito que alguns ensinamentos servem para todos. Os capítulos são divididos de acordo com os hábitos que impedem as mulheres de progredirem no ambiente de trabalho e um deles é a doença de querer agradar. Esse hábito é muito parecido com o perfeccionismo e leva a uma dificuldade de delegar. Já que querer agradar sempre pode levar a querer fazer tudo para mostrar que é útil.
Para ilustrar o que estavam dizendo, os autores contam a história de uma administradora sênior, chamada Nancy, que tinha dificuldades em várias áreas, que aumentavam conforme foi sendo promovida. Ao reler a história dela, um trecho se destacou de forma muito latente. A coach contratada para ajudá-la com problemas de delegação (Ilsa) demonstrou o seguinte:
Ilsa ajudou Nancy ao mostrar que ela tinha sido capaz de ser bem-sucedida apenas porque outras pessoas estavam dispostas a delegar responsabilidades a ela. Se não tivessem, ela ainda estaria na recepção. Colocar nessa perspectiva, e mostrar como delegar poderia ser um comportamento de amadurecimento, ajudou Nancy a reconhecer que a sua atitude não estava ajudando. Como líder sênior no sistema, ela precisava dar aos outros a chance de florescer e crescer, de achar o caminho deles e aprender com os seus próprios erros.
Eu já tinha achado essa perspectiva importante da primeira vez que eu li o livro. Mas, ao recuperar a história do ponto de vista de que agora eu era a pessoa que não delegava, esse trecho me atingiu de forma muito diferente. Porque isso é uma verdade. Eu tive pessoas na minha jornada que confiaram em mim e me entregaram responsabilidades importantes que me permitiram evoluir. Ver que não estava conseguindo retribuir da mesma forma para as pessoas que encontrava pelo caminho foi um choque de realidade.
Por isso, sempre que tenho alguém no time me pedindo ajuda, estou tentando não abraçar a solução. Faço perguntas, mostro como resolver e indico o que buscar antes de pedir o meu apoio. Sempre pensando que a pessoa estará mais preparada na próxima vez e, quem sabe, nem precisará me chamar para seguir com o seu trabalho sem impedimentos.
Não é algo que resolvi do dia para a noite e sei que ainda preciso trabalhar alguns comportamentos. Mas é impressionante o quanto ter um comportamento não desejado indicado por alguém pode fazer a diferença. Fica a sugestão de não deixar alguém errando. O melhor é sempre falar e ter um profissional em constante evolução.
Eu falo muito aqui na newsletter sobre o que aprendi e acertei e sobre situações em que fui injustiçada no ambiente de trabalho. Mas acho importante também expor os meus erros e mostrar como tento melhorar. Ter esse impacto me fez ir atrás de estudar mais, mudar comportamentos e seguir pedindo feedbacks a respeito de tudo. Por mais que saiba que nem todos farão sentindo para o meu momento profissional, considero que receber tudo o que estão dispostos a me entregar é a forma mais rápida de análise e evolução profissional.
🏆 Resultado do sorteio
Um agradecimento para quem segue me acompanhando.
ㅤ
Para comemorar a edição número 50, abri um sorteio do livro O poder dos quietos de Susan Cain. O sorteio foi feito ontem e a pessoa sorteada foi o Caio Gadelha. Parabéns!
Obrigada a todos que se inscreveram e espero poder fazer mais sorteios do tipo para retribuir quem me acompanha.
📘 Clube do livro para introvertidos
Um clube para quem quer participar de leituras coletivas, sem necessariamente precisar interagir. Para participar, acesse a página do projeto.
ㅤ
Eu já participei de diversos clubes do livro e sei que nem todos conseguem ir nos encontros ou ler o livro a tempo. Seja porque existe uma dificuldade de ir nos encontros marcados ou porque tem uma certa apreensão de estar expondo as suas opiniões para desconhecidos cara a cara. Por isso, estou abrindo um clube do livro sem encontros presenciais ou online.
Chamei de clube do livro para introvertidos porque além de não ter os encontros, também não existe nenhuma pressão para interagir conforme a leitura avança. Mas, se você gosta de interagir, pode ficar à vontade porque esse espaço vai existir.
O clube será exclusivo para livros de não ficção e vamos iniciar lendo O poder dos quietos de Susan Cain. Se quiser acompanhar o planejamento junto comigo, o primeiro dia de leitura será 23/05.
Se você gostaria de ter um apoio na organização da sua próxima leitura ou se acha legal ter com quem trocar a respeito do livro que está lendo de forma assíncrona, te convido a participar como apoiador do projeto.
🪴 Organização pessoal: Coda
Seção para reforçar o meu compromisso de manter a minha própria organização.
ㅤ
Geralmente falo sobre o Coda para explicar a ferramenta ou divulgar algum template que eu criei. Mas acho que comentei pouco aqui sobre como estou usando o Coda para a minha organização pessoal. E o meu uso do Coda se resume em dois grandes grupos: finanças e produção de conteúdo.
Finanças
Desde que comecei a trabalhar, notei uma certa dificuldade em ter uma vida financeira saudável. Por isso, sempre fiz uso de alguma ferramenta para ajudar nessa organização. A penúltima tentativa tinha sido um arquivo no Excel, mas a complexidade das fórmulas estava mais atrapalhando do que ajudando.
Então, assim que conheci o Coda e aprendi mais sobre as fórmulas e referências dentro do documento, percebi que seria bem mais simples ter um acompanhamento financeiro dentro dele.
Eu criei um documento e deixo cadastrado o valor médio de cada conta que preciso pagar no mês. Com isso, já tenho uma visão de quanto gasto todos os meses. Para ficar mais específico, costumo cadastrar todos os meus gastos no débito e no pix. Assim, fico com o saldo do mês sempre atualizado e com uma visão realista do que posso gastar no mês.
Pode parecer trabalhoso, mas acho muito tranquilo organizar as minhas finanças no Coda. É tudo uma questão de hábito. E, a partir do momento que você consegue ter uma visão das suas contas, saber o quanto pode gastar com bobagem sem ficar devendo (era a minha maior dor) e já conseguir ter uma visão do quanto inicia o mês devendo, é outra vida. Pelo menos para mim foi uma grande mudança.
E ainda tem o porém de que eu não moro sozinha. Divido algumas contas com o meu noivo e é esse tipo de divisão que acabava complicando o meu Excel quando surgia uma conta nova compartilhada. Mas agora tenho até a visão do quanto ele precisa me transferir para que eu possa pagar todas as contas compartilhadas sem prejuízo de forma fácil e direta.
Produção de conteúdo
Como eu estou sempre inventando alguma coisa nova, só consigo fazer tudo com um mínimo de organização. Eu tenho o blog e a newsletter e agora vou começar a fazer publicações também no clube do livro. E eu não vou conseguir cumprir os prazos que eu mesma estabeleço sem ter todo o meu cronograma visível.
O documento que eu uso no Coda tem uma visão de planejamento, em que consigo entender se estou produzindo de acordo com a programação que eu defini. Para o meu próprio uso, eu acabei fazendo atualizações no documento para deixar essas informações mais visíveis.
Na página de planejamento, eu adicionei uma visão de status para duas semanas e um código de cores no calendário. Nesse código de cores, conteúdos em revisão ficam marcados em amarelo e conteúdos pontos para publicação ficam marcados em verde. Assim, só de bater o olho no calendário eu já sei o que preciso fazer para não perder as datas de publicação e nem precisar escrever nada correndo.
Eu tenho esse costume de querer organizar todos os meus hobbies e a maior vítima desse meu costume é a escrita. Estou sempre melhorando o documento e ele já está bem diferente do template que eu compartilho. Mas não costumo replicar essas mudanças no template porque entendo que o ideal é pegar a base e ajustar para o que serve para o seu caso específico.
ㅤ
Existem outras formas de usar o Coda para organizar as suas atividades, mas essas que compartilhei são as principais do meu dia a dia. Assim como o Notion e o Microsoft Loop, acredito que as ferramentas de gestão da informação são muito importantes para manter um dia a dia mais organizado e tranquilo. E, até o momento, tenho conseguido atingir esse objetivo usando o Coda.
📖 Aprendizado contínuo: Encaixando o aprendizado no dia a dia
Seção com a minha rotina de aprendizado.
ㅤ
Encerrando os textos com as sugestões do curso "Learning how to learn", vou comentar sobre como encaixar o aprendizado no dia a dia. Porque, se tem algo que aprendi a fazer e que torna o meu aprendizado até mais fácil, é ter um espaço para estudo fixado na minha rotina.
No meu caso em específico, eu sempre gostei de estudar. Mas nem sempre foi fácil conseguir aprender o que eu estava estudando. Até mesmo a leitura era difícil, porque como não estava acostumada a ler um livro do início ao fim, ler sem voltar para reler as páginas anteriores parecia impossível. Então, a partir do momento que comecei a apenas trabalhar e decidi manter uma rotina de estudos, precisei me organizar para que essa rotina não virasse um sacrifício.
O primeiro passo foi aprender a ler um livro. Para isso, eu entrei num clube do livro e li um livro de ficção até o final. Na época, fazia muito tempo que eu não lia, então eu demorei bastante para terminar um livro de 288 páginas. Além de não estar acostumada a parar para ler, precisava voltar algumas páginas porque tinha dificuldade decorando o nome dos personagens ou lembrando o que aconteceu antes. Quando comecei com essa prática, não enxerguei a ligação direta entre ler um livro de ficção e aprender melhor, mas hoje entendo que esse foi um passo muito importante para incluir a leitura na minha rotina e para me ajudar a retomar o foco que o celular tinha deteriorado.
O segundo passo foi organizar a minha rotina de aprendizado. Principalmente porque sentia que estudava muito e aprendia pouco. Então, para ter uma rotina mais tranquila e efetiva, fazer um planejamento do que precisava aprender era essencial. Atualmente, deixo momentos na agenda marcados para estudar e defino o objetivo da semana.
Por exemplo, estou fazendo uma especialização no Coursera que tem a sugestão de fazer cada módulo do curso em uma semana. Acatei essa sugestão e tenho como objetivo semanal terminar um módulo do curso. Para isso, tenho uma agenda de 1 hora na segunda-feira para iniciar o módulo e uso mais 1 hora aproximadamente da minha quarta sem reunião para finalizar o módulo. Inclusive, não tento fazer tudo de uma vez para seguir a recomendação da repetição espaçada. Outra recomendação que uso nesses casos é o Pomodoro.
Quando planejo os meus estudos, fazer um módulo por semana até parece pouco. Mas quando vou parar para estudar, vejo que é um volume mais do que suficiente para perceber avanços no meu aprendizado e não ter uma semana ocupada apenas pelos estudos. Com isso, percebi que já seguia as sugestões do curso de fazer listas com as tarefas que quero concluir na semana e organizar os momentos de estudo. Posso confirmar que essas são boas sugestões, porque, pelo menos comigo, realmente funcionam.
📄 Notas quinzenais
Uma curadoria sobre tudo o que chamou a atenção nos últimos dias. Por William Brendaw.
ㅤ
O pai de todos os recálculos de rota
Uma analise sobre como os países do oriente médio produtores de petróleo estão se planejando para o futuro sem o uso de combustíveis fosseis — tanto pelo fim das reservas como pelo próprio movimento do mundo para energias renováveis.
O que mais intriga é um projeto de uma cidade distópica onde todos os moradores — que provavelmente serão super-ricos — serão monitorados a todo momento, sem precisar de documentos ou chaves. Não sei se viveria nesse lugar sem privacidade.
Conteúdo em inglês.
ㅤ
Telegram protege criminosos, não a liberdade de expressão, ao recusar colaboração com a Justiça
Eu realmente entendo o discurso de que as plataformas privilegiam a privacidade dos usuários e não conseguiriam ajudar as autoridades.
Só que isso tem que ser provado, e regulamentado, senão as plataformas que não privilegiam isso, como é o caso do Telegram, acabam soando como agentes que se sentem no direito de estar acima da lei e da sociedade onde está presente e lucra, ajudando que coisas ruins sigam acontecendo.
ㅤ
Um simulador minimalista de lógica digital
Um joguinho bem legal para quem está aprendendo lógica de programação ou quer aprender um pouco mais sobre como funcionam os circuitos digitais dentro de todos os computadores e celulares.
Conteúdo em inglês.
📚 Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2023.
ㅤㅤ
Despertar criativo: O caminho para criar sua vida - Amanda Longoni e Fernanda Longini
Gostei desse livro porque ele parece muito uma conversa com alguém criativo. As autoras compartilham conceitos sobre como levar uma vida criativa e dicas para seguir por esse caminho. Por ter uma formação em exatas, curto me aproximar de materiais um pouco mais próximos das artes.
💻 Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
ㅤ
Livros
Como leio livros de não ficção
Geralmente, leio livros de não ficção com a intenção de estudar. Por isso, costumo tomar notas e compartilhar o que aprendo. Como já tenho esse ritual bem definido, compartilho nesse post como faço para tirar o melhor proveito do livro que estou lendo.
Facilitação
Funcionalidades de facilitação no Mural
Uma das coisas que eu mais gosto no Mural é o fato da ferramenta ter apenas as funcionalidades necessárias para uma boa facilitação na tela inicial. Pode parecer pouca coisa, mas quando preciso conduzir uma dinâmica usando alguma ferramenta que tem muitas funcionalidades, sinto que os participantes costumam ficar confuso.
Mesmo achando o funcionamento simples, achei interessante explicar como o uso o Mural para facilitar reuniões remotas. E também mostrar como deixar os participantes mais focados e envolvidos no objetivo da dinâmica com essas funcionalidades.
Passei as últimas semanas um pouco ansiosa com o lançamento do clube do livro para introvertidos. Mas estou tentando levar como mais um experimento. Foi assim quando lancei o blog e quando lancei a newsletter. E acho que é normal para qualquer ideia nova que estamos lançando para o mundo.
Fica apenas a observação que essa ansiedade com o lançamento é direcionada apenas para os anúncios que vou fazer nas redes sociais. Porque sinto que a Trilha de Valor é um espaço muito seguro para compartilhar meus erros e acertos. Sei disso pelo carinho e respeito com o qual todas as pessoas que conhecem o meu conteúdo têm ao entrar em contato comigo. E, por isso, muito obrigada.
ㅤ
Por hoje é isso, boa quinzena!