Olá,
Na edição de hoje, compartilho um resumo dos principais conceitos do livro "A velocidade da confiança". Essa foi uma leitura que finalizei com a sensação de ter amadurecido profissionalmente. Por isso, venho incluído ele como referência em alguns posts e decidi trazer como tema dessa edição.
Também falo a respeito de iniciativas que faço dentro do escopo do time. E as Notas Quinzenais apresentam três artigos muito interessantes, como sempre.
Espero que tenhas uma boa leitura.
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🎯 Tema da edição: A velocidade da confiança
👩🏽💼 Sobre gestão: Iniciativas micro
🎯 Tema da edição: A velocidade da confiança
Seção para falar sobre o tópico principal da edição.
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Quando li o livro "A velocidade da confiança", percebi que estava lendo um material muito útil para quem quer manter bons relacionamentos dentro do trabalho. No final da leitura, entendi que também eram conselhos úteis para quem quer ter uma carreira bem estruturada.
O livro fala sobre a confiança, em termos de quanto temos credibilidade com outras pessoas e de quanto as outras pessoas nos percebem como alguém com credibilidade. Esse trecho deixa bem explícita a forma que a confiança é apresentada no livro:
A confiança é função de duas qualidades: caráter e competência. Caráter inclui integridade, motivo, intenção com relação às pessoas. A competência inclui conhecimentos, habilidades, antecedentes e realizações. E ambos são importantíssimos.
Um ponto muito importante é que a confiança pode demorar muito tempo para ser construída, mas pode ser destruída em segundos. Por isso, é algo que devemos trabalhar para criar e também para manter de forma constante.
Na edição de hoje, quero compartilhar um conceito apresentado que achei muito interessante, que são as quatro dimensões da credibilidade:
Integridade
Intenção
Capacitações
Resultados
Esses são os elementos fundamentais para se ter autoconfiança e se tornar confiável para as outras pessoas.
Integridade
Ter integridade é ser uma pessoa honesta, coerente, humilde e com coragem. Ou seja, é ser uma pessoa que demonstra ser o que realmente é e se preocupa em fazer a coisa certa. Só pela definição, acredito que já fica bem claro porque devemos ser íntegros para podermos ser confiáveis.
É muito difícil confiar em alguém que não age de forma coerente ou que se esconde quando vê uma injustiça acontecendo. Sem integridade, é difícil até confiar em si mesmo.
Para aumentar a sua integridade, o autor sugere três aceleradores:
Estabeleça e mantenha compromissos consigo mesmo
Identifique os seus valores e os defenda
Mantenha a mente aberta
Trabalhar a sua integridade é um exercício de autoconhecimento. Lendo o livro, você vai entender que qualquer um desses aceleradores envolve os nossos valores.
Um exemplo que achei interessante é sobre o costume que temos de fazer promessas de ano novo e, geralmente, não cumpri-las. Esse é um sinal de que não podemos confiar nem em nós mesmos, então fica difícil convencer as outras pessoas a confiarem na gente.
Parece um exemplo meio radical. Mas a ideia é perceber o quanto prometemos coisas para nós mesmos, não cumprimos e, mesmo assim, não vamos como algo muito errado.
Intenção
A intenção é formada por três elementos:
Motivo: a razão para se fazer algo
Agenda: deriva do motivo, é aquilo que você intenciona fazer ou promover por causa de seu motivo
Comportamento: é a manifestação expressa do motivo e da agenda
Para que a intenção impacte na confiança, nós devemos trabalhar para que o nosso comportamento reflita o nosso motivo e a nossa agenda. Essa é um dica importante porque tendemos a nos julgar pelas nossas intenções, mas julgamos os outros pelos comportamentos. O que significa que os outros nos julgam pelos nossos comportamentos também.
Sendo assim, só nos resta garantir que o nosso comportamento demonstrado perante as outras pessoas refletem corretamente a nossa intenção.
Os aceleradores sugeridos para melhorar a intenção são:
Analise e refine os seus motivos
Declare a sua intenção
Escolha a abundância, ou seja, entenda que há o suficiente para todos
Capacitações
As capacitações são formadas pelo nosso talento, habilidades e conhecimentos e nos permitem executar as nossas tarefas. E ser capacitado mostra que se é comprometido, porque é necessário se dedicar para ter capacitação.
As capacitações influenciam na confiança porque demonstram que temos o necessário para executar uma tarefa específica. Com elas, também é mais fácil que os outros confiem que vamos concluir uma demanda solicitada.
Para aumentar as suas capacitações o livro dá as seguintes sugestões:
Tenha ciência das suas forças e do seu propósito
Mantenha-se atualizado
Saiba para onde você vai
Resultados
Mesmo sendo uma pessoa íntegra, com boas intenções e capacitada, é importante demonstrar resultados. E é muito mais fácil confiar em alguém que já demonstrou resultados anteriormente.
Existem três indicadores-chave para avaliar resultados:
Desempenho passado: quais resultados já foram alcançados
Desempenho atual: o que está sendo executado hoje
Desempenho antecipado: como as pessoas acham que você desempenhará no futuro
Ter um desempenho passado e atual bom, consequentemente faz as pessoas avaliarem o seu desempenho futuro de forma positiva. Agora imagine que seu desempenho passado e atual não é tão relevante. Nesse caso, dificilmente as pessoas apostarão num bom desempenho futuro.
Sendo assim, além de trabalhar para obter bons resultados, é importante saber comunicá-los. Para que, cientes do seus resultados passados e atuais, as pessoas possam avaliar que futuramente o seu desempenho também será bom.
Você pode usar os seguintes aceleradores para melhorar os seus resultados:
Assuma a responsabilidade pelos resultados
Espere ser bem-sucedido
Esforce-se e não desista
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Esses conceitos que compartilhei são uma parte bem resumida de tudo o que é apresentado no livro. Aconselho essa leitura porque me fez ver a confiança como um componente muito importante na minha vida profissional e me abriu os olhos para alguns aspectos que não costumava trabalhar.
Acredito que se todos trabalhassem na autoconfiança e na confiança nos relacionamentos, teríamos ambientes profissionais muito mais agradáveis e saudáveis. Por isso, reforço que essa é uma leitura muito interessante para quem quer mudar a forma que é percebido pelas outras pessoas.
👩🏽💼 Sobre gestão: Iniciativas micro
Uma seção para compartilhar as minhas descobertas a respeito da gestão de pessoas. As referências usadas na seção estão aqui.
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Pensando sobre o que posso fazer para melhorar o dia a dia do time, entrei num fluxo de pensamentos sobre o escopo das ações que eu tomo. É um pouco difícil de condensar o que eu pensei nas últimas semanas num texto curto, mas vou tentar resumir a ideia principal aqui.
Eu já atuo como gestora há algum tempo e consigo pensar em exemplos dentro de mais de uma empresa em que iniciativas que eram para todos não funcionavam. Alguns exemplos incluem rituais de gestão, clubes do livro, atividades de team building e momentos para compartilhar conhecimento. Durante um período, parece que essas reuniões funcionam e têm um bom engajamento. Mas, depois de um tempo, parece que deixam de ser a prioridade da maioria das pessoas.
Esse comportamento é algo que sempre me incomodou. Não sei se, por serem momentos que envolvem muitas pessoas, o interesse despenca por não ser possível todo mundo participar o quanto gostaria. Ou se esses encontros deixam de fazer sentido. Mas é notório que sempre iniciam com muitas pessoas e a participação vai caindo com o passar do tempo.
Outro fenômeno que acontece é que alguém sugere que mudanças sejam feitas para retomar o engajamento. Porém, mais difícil do que manter as pessoas participando é fazer com que todos se agradem com as mudanças. São nesses casos que aqueles que representam os participantes remanescentes saem.
Acredito que consegui deixar claro o contexto que me incomoda em iniciativas maiores. E é a partir dele que eu costumo pensar em iniciativas micro. Essas são iniciativas que conduzo com um número reduzido de pessoas e, acredito que por isso, são muito mais duráveis do que as iniciativas gerais.
O primeiro exemplo que posso dar está nas palestras para compartilhar conhecimento. No momento, lidero dois times de Engenharia e temos reuniões quinzenais com todos juntos. Metade dessa reunião é utilizada para recados e reforços sobre os processos e métricas e a outra metade é utilizada para que alguém do time compartilhe conhecimento com os colegas.
A cada semestre, eu envio uma mensagem para receber sugestões de temas e organizo o calendário. Nesse formato, já estamos há um ano com palestras quinzenais que têm a participação dos integrantes dos dois times.
Outro exemplo é o do clube do livro. Já participei de algumas iniciativas que envolviam toda a empresa e eram abertas para qualquer pessoa participar. Os primeiros encontros costumavam ser cheios e com tempo insuficiente para que todos pudessem falar. A partir do terceiro encontro, era surpreendente se metade das pessoas estivessem presentes. Com isso, decidi não iniciar outros clubes do livro no trabalho.
Mas um dia recebi a sugestão de outra Gerente de Engenharia para ler livros de liderança e gestão junto dela. Fizemos um teste com encontros semanais de 30 minutos e desde então já estamos no terceiro livro do nosso clube. Um integrante de um dos meus times também sugeriu a leitura em dupla de um livro sobre agilidade que estava no PDI dele. Também fizemos o formato de 30 minutos semanais, falando de um capítulo por semana, que funcionou muito bem.
Pode parecer uma abordagem um pouco individualista. Mas tendo vários exemplos de iniciativas maiores que não são duráveis, essa foi a forma que encontrei de seguir tendo outras atividades no trabalho que vão ter um comprometimento maior dos envolvidos.
Entendo também que quando algo dá certo a nível micro, é muito mais fácil tentar replicar a nível macro. Por isso, também gosto de compartilhar os sucessos que tenho no time com os meus pares. Para que iniciativas como essas se espalhem e, quem sabe, se tornem disponíveis para todos.
📄 Notas quinzenais
Uma curadoria sobre tudo o que chamou a atenção nos últimos dias. Por William Brendaw.
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Zé Gotinha: como o maior influencer da vacina sobreviveu ao cancelamento
Durante a pandemia, o personagem icônico Zé Gotinha vivenciou a popularidade para o bem e para o mal. Nos últimos anos, ele sofreu sucessivas tentativas de cancelamento, onde teve seu layout minimalista convertido pelo governo passado. Mesmo assim, segue amado pelo brasileiro por ser, antes de tudo, um forte.
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Por que o brainstorming não funciona
Segundo o autor do artigo, quando debatemos ideias em grupo, grande parte das boas ideias geradas são perdidas – e poucas são ganhas, ao contrário do que a maioria imagina. O grande culpado disso é o ego das pessoas na forma como essas reuniões são conduzidas.
E para corrigir isso, o autor propõe uma solução: o brainwriting, fazendo os primeiros passos da reunião de forma solo.
Conteúdo em inglês.
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Por que cafés, restaurantes e até mesmo as cidades estão banindo influenciadores?
Ou como os influenciadores estão destruindo pequenos lugares agradáveis com um fluxo absurdo de pessoas ao qual não estavam acostumados e preparados para receber.
No fim, nem tudo nasceu para satisfazer a mentalidade de crescimento exponencial de startups. Elas só querem existir pra fazer o suficiente para existir. Nem mais, nem menos do que isso.
Conteúdo em inglês.
📚 Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2023.
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Escritores & amantes - Lily King
Acho que eu poderia ter gostado mais do livro de novembro se ele não fosse tão melancólico. Não é um livro ruim, mas ler ele me deixava meio desanimada. Mesmo depois de um dia muito bom. Talvez tenha sido erro meu manter ele como leitura antes de dormir. Em resumo, é uma história que prende e que nos faz pensar sobre todas as coisas que deram errado ou que poderiam ter dado errado na nossa própria vida.
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O infame clube vitoriano das mulheres livres - Organizado por Karine Ribeiro e Valquíria Vlad
Eu precisei ler a sinopse novamente para confirmar que estava lendo um livro de ficção. Fiquei tão envolvida lendo e tão influenciada pelo conteúdo, que praticamente me deixei convencer da veracidade dos contos. É uma leitura rápida, muito interessante e com um tema que prende do início ao fim.
O Clube do Livro para Introvertidos é um clube do livro focado em não ficção e com leitura assíncrona. Por apenas R$5 mensais, você recebe o acompanhamento da leitura atual e tem acesso a todas as leituras anteriores.
Essa também é a única forma disponível para apoiar a minha produção de conteúdo.
💻 Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
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Carreira
Novas tendências no mercado de trabalho
Existem vários termos novos sobre o mercado de trabalho e está até difícil acompanhar. Por isso e por entender que se informar é muito importante, compilei os últimos que conheci neste post.
Além de falar de tendências que surgiram no exterior, também incluí tendências nacionais. Uma delas fala sobre a jornada 6x1 e tem um abaixo assinado importante que todos podem apoiar.
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Desenvolvimento pessoal
No contexto do desenvolvimento pessoal, podemos estar em 3 zonas: a de conforto, a de aprendizado ou a de pânico. Neste post, falo com mais detalhes sobre a zona de aprendizado e sobre como podemos expandir a nossa zona de conforto ao mesmo tempo que reduzimos a nossa zona de pânico.
Neste final de semana, assisti a série Chernobyl. É uma série curta e muito boa, que me deixou bem indignada. Caso você se interesse por saber detalhes da história, recomendo ela para entender melhor as causas do acidente.
No momento, estou lendo a transcrição das fitas do Valery Legasov, que são uma fonte importante do que aconteceu. Também já estou procurando algum livro que traga mais depoimentos e acredito que vou ficar hiperfocada no tema por um bom tempo. Esse é o nível do quanto a série me fez ficar envolvida com a história.
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Por hoje é isso, boa quinzena!