Olá,
Nas últimas semanas, vimos uma discussão meio sem sentido em todos os lugares. Era só entrar no LinkedIn ou no Twitter (sim, isso são todos os lugares para mim) que o assunto era o tal do quiet quitting ou demissão silenciosa. Espero que você não esteja saturado desse assunto, porque eu vou estressar ele um pouco aqui e no blog.
Nessa edição, eu pretendo falar sobre esse assunto do ponto de vista de uma gestora de pessoas. No blog, eu pretendo falar sobre ele do ponto de vista de uma pessoa que está tentando ajustar a sua própria rotina. Fiz essa divisão para que a newsletter não ficasse muito grande.
Fora isso, sigo me reorganizando para retomar o meu ritmo pós-covid e, com tudo dando certo, recuperar a minha rotina ideal.
Abraço,
Ingrid Machado
Organização pessoal: Planner diário
Seção para reforçar o meu compromisso de manter a minha própria organização.
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No início do ano, comecei a usar um planner de papel com a visão semanal. E, depois de um tempo utilizando, percebi que essa não era a melhor configuração para mim.
Só relembrando, tive essa impressão depois de várias semanas seguidas em que não conseguia planejar a semana inteira no domingo. E, nas vezes que conseguia, percebi que a partir de quarta-feira eu já não seguia o planejamento. Falei mais sobre isso na edição 31.
Para resolver essa situação, comecei a testar um planner diário no formato digital. Por ser digital, eu tinha a opção de montar o meu próprio layout. E, como já estava testando a escrita terapêutica, incluí esse formato na página do planner.
Atualmente, a página tem os seguintes campos:
Data
Atividades
Anotações do dia
O que foi positivo?
O que não foi tão bom?
O que ficou para amanhã?
Em “Atividades” eu criei uma lista com as atividades que eu faço (ou gostaria de fazer) diariamente. Esta lista tem itens como “Estudo”, “Escrita”, “Leitura” e “Remédios”. Ao final do dia, eu marco todas as atividades que consegui completar.
No campo “Anotações do dia” eu incluo uma lista de tarefas do dia que não são as listadas em “Atividades”. Sempre tento colocar poucas e deixar o que realmente é importante para o dia.
As duas primeiras perguntas finais são para escrita terapêutica, sugeridas na terapia. Basicamente, eu escrevo o que aconteceu durante o dia, sem pensar muito na estrutura. Mesmo tendo dias ruins, os pontos positivos sempre foram em maior número. No meu caso, isso tem me ajudado a colocar situações ruins em perspectiva e pretendo seguir com essa prática.
E a última pergunta também me ajuda a confrontar o meu mindset fixo e entender o que estava considerando importante e acabei não priorizando durante o dia. Eu tenho um problema com coisas que não saem como o planejado. Então, listar o que gostaria de ter feito e não concluí está sendo um exercício para ser um pouco mais flexível.
Eu estou usando essa página da seguinte forma: pela manhã, eu preencho a data e as anotações do dia. Antes de dormir, eu marco quais atividades eu fiz e quais tarefas das anotações eu concluí. Depois, escrevo sobre o que foi positivo e o que não foi tão bom no meu dia. Se alguma tarefa das anotações não foi concluída, eu decido se vai para o dia seguinte ou apenas cancelo. Depois disso, penso nas novas tarefas do dia seguinte. Na manhã seguinte, sigo com a mesma rotina, consultando no dia anterior o que passou de um dia para o outro.
Caso você não tenha tantas coisas fora do trabalho ou estudo no seu dia a dia, esse planejamento diário pode não fazer tanto sentido. Mas, caso tenha alguns hábitos que queira acompanhar esse formato é bem válido.
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Sobre uso do planner no mês de agosto: depois de um mês e meio testando esse formato de planejamento diário, acredito que vou manter ele por muito tempo. Me obrigar a pensar todos os dias no que é importante fazer deixou a minha semana muito mais tranquila, ao mesmo tempo que ficou mais organizada. E encaixar a escrita terapêutica na rotina de planejamento me fez evitar esquecer essa atividade.
Sobre gestão: O papel do gestor no ambiente de trabalho saudável
Uma seção para compartilhar as minhas descobertas a respeito da gestão de pessoas. As referências usadas na seção estão aqui.
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Na últimas semanas, o assunto quiet quitting apareceu como um novo termo que não faz muito sentido no mercado de trabalho. De forma resumida, esse é o movimento das pessoas que fazem as atividades que são de responsabilidade do seu papel, encerram o expediente no horário e escolhem ter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O nome é uma leitura meio distorcida, mas é melhor ler esse artigo do Startup da Real para entender as origens do termo.
Como gestora de pessoas, eu não fiquei tão surpresa com as reportagens e os comentários sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Muitas vezes, percebo que as pessoas têm uma preocupação em mostrar trabalho, deixar claro que fazem mais do que o suficiente e se mostrarem extremamente disponíveis. Eu também já fui assim e sei que é normal em muitos ambientes.
Mas, mesmo sendo uma workaholic em recuperação, as vezes eu não consigo entender por que as pessoas chegam no time já querendo mostrar o quanto são dedicadas. É natural ser preciso um tempo para entender a empresa, o negócio e os acordos do time. Então é muito compreensível que no início o rendimento seja reduzido.
Mas, olhando os comentários sobre o quiet quitting, eu pude relembrar que nem todos os ambientes de trabalho enxergam as pessoas que estão aprendendo e que fazem o seu trabalho como profissionais valiosos. Por isso, eu fiquei pensando muito no que podemos fazer como lideranças, para que esses comportamentos não sejam vistos como errados.
Direcionamentos nos 1:1’s
Já é possível entender quem não tem um limite definido entre vida pessoal e profissional ao observar o horário em que mensagens são enviadas ou deploys são disparados. Mas, muitas vezes, é mais fácil entender a rotina de cada liderado conversando individualmente.
Caso desconfie que alguém está indo além do que é esperado ou, mesmo atendendo ao esperado não está colocando limites claros, converse. Deixe claro que descanso é importante e que uma rotina saudável é necessária para que se mantenha um trabalho de qualidade a longo prazo.
Reforço e confirmação de comportamentos positivos
Quando as pessoas encerram no horário correto ou até mesmo quando avisam que precisam se ausentar por um compromisso, é o seu papel confirmar e reforçar que esse é o comportamento correto.
Não só a conversa no privado é importante. Ter a mesma postura e indicar que isso é o esperado junto de todo o time também demonstra que realmente ninguém é penalizado por comportamentos que deveriam ser considerados normais.
Apoio na gestão do tempo
Uma das atribuições da gestão de pessoas é apoiar o time na gestão de tempo. Quando alguém estiver com dificuldades para estabelecer limites, apoie para que o trabalho seja organizado de forma que seja possível continuar do ponto em que parou no dia seguinte, sem prejuízo.
Muitas vezes, a sensação de que é impossível encerrar o expediente no horário vem da falta de organização. Da ideia de que deixar para o dia seguinte vai atrasar algum desenvolvimento que não é nem urgente.
Essas dicas só funcionam se você acredita que o quiet quitting é só mais um termo para colocar uma culpa nas pessoas sem necessidade. Se o problema que você tem é estar com um time cheio de pessoas que fazem o seu trabalho dentro do horário, preciso te contar que você não tem um problema.
Não quero deixar essa seção muito grande, então vou falar da minha visão individual tentando criar esse limite entre vida pessoal e profissional em um post do blog. Mas espero que essas dicas sirvam para mostrar que times de alto desempenho não são sinônimo de times esgotados.
Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2022.
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Garota Exemplar - Gillian Flynn
No início do livro de agosto, eu não estava muito interessada. Mas aí a história toma um rumo que é impossível não querer ler todos os dias. Eu não leio muitos livros policiais ou com suspense, mas esse realmente me prendeu e eu fiquei com vontade de ler mais sobre a história quando acabou. Não dá para falar muito mais sobre o livro, porque estraga a experiência, então fica somente a recomendação de ler e tirar as próprias conclusões.
Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
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Mesmo não postando mais toda sexta-feira, essas últimas semanas foram boas para escrever. Acredito que com o desafio de escrita, alguns posts que venho enrolando para finalizar também ficarão prontos em breve.
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Insights
Em agosto, comemorei 3 anos escrevendo e compartilhando de forma frequente. Neste post, compartilho o histórico de layouts do blog e alguns números. Caso não tenha visitado o blog nos últimos dias, mudei para um layout exclusivo e estou bem feliz com o resultado. Espero que goste também.
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Carreira
Quiet quitting: o movimento de trabalho saudável
Além de falar sobre o termo que esteve em alta nas últimas semanas na newsletter, também compartilhei o que penso no blog. A diferença é que fiz um texto compartilhando a minha experiência pessoal e as dicas que venho seguindo para tentar manter uma divisão clara entre a minha vida pessoal e a minha vida profissional.
Desafio de escrita
Um desafio para retomar o hábito da escrita diária.
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Para iniciar o desafio, defini qual seria o melhor horário para testar o compromisso de 1 hora diária. Até o momento, decidi que vou iniciar somente a partir das 19:00, apenas para manter um tempo de descanso depois de encerrar o expediente no trabalho. Também estou usando o Pomodoro para não ficar tão cansativo.

Nas próximas edições, vou seguir trazendo atualizações do meu desafio de escrita e espero conseguir avançar com tudo o que tenho parado aqui na minha fila.
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Por hoje é isso, boa quinzena!
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Imagem do preview de Pierre Châtel-Innocenti, via Unsplash