Olá,
Com o início de uma nova leitura no clube do livro para introvertidos, estou aproveitando essa edição para compartilhar alguns aprendizados do livro anterior. E também falar sobre as justificativas para as últimas mudanças que aconteceram no projeto.
Além disso, também compartilho habilidades para se manter uma rotina de aprendizado contínuo. Ando estudando bastante a respeito desse tema e compilei dentro da seção “Aprendizado contínuo” a ideia principal de cada uma dessas habilidades.
Boa leitura!
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🎯 Tema da edição: O poder dos quietos
📘 Clube do livro para introvertidos
🪴 Organização pessoal: Porque troquei a plataforma do clube do livro
📖 Aprendizado contínuo: Habilidades para uma rotina de aprendizado contínuo
🎯 Tema da edição: O poder dos quietos
Seção para falar sobre o tópico principal da edição.
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A primeira leitura do clube do livro para introvertidos foi "O poder dos quietos". Um livro sobre as principais características de pessoas introvertidas e sobre como lidar com um mundo pensado para extrovertidos da melhor forma possível. Particularmente, encontrei definições e conceitos que não conhecia e mudei a forma que encaro a minha introversão, bem como as ações que pensava para o meu desenvolvimento pessoal por ser mais reservada.
Além dessas mudanças na percepção da minha própria introversão, o livro também trouxe muitos conceitos interessantes, que acho que vale a pena compartilhar aqui na newsletter. São três conceitos que eu gostaria de comentar: níveis de estímulo, nichos restauradores e teoria do traço livre.
Níveis de estímulo
Basicamente, o que diferencia uma pessoa introvertida de uma extrovertida é o nível de estímulo que cada uma delas precisa para funcionar bem. Pessoas introvertidas sentem-se mais confortáveis com um baixo nível de estímulo, enquanto que pessoas extrovertidas precisam de um alto nível de estímulo para se sentirem energizadas.
Estímulo: a quantidade de informações que nos é dada a partir do mundo exterior.
Apenas cientes dessa informação, podemos moldar a nossa rotina para termos dias menos desgastantes. Como introvertida, sei que preciso de intervalos e de momentos para refletir e recarregar a minha energia sozinha para estar pronta para um próximo evento ou uma próxima reunião. Ou seja, preciso reduzir o nível de estímulo para reestabelecer o meu pleno funcionamento.
Para mim, incluir o ambiente externo na equação foi um divisor de águas. E agora observo como a minha energia é drenada a partir da quantidade de estímulo que estou recebendo.
Nichos restauradores
Como mencionei, preciso de intervalos após uma exposição aos estímulos para ficar pronta para os estímulos seguintes. Segundo o livro, esse é um exemplo de nicho restaurador, que é o lugar ao qual você pode ir quando quiser retornar ao seu verdadeiro eu. Pode ser um local físico ou temporal.
Talvez você precise ficar um tempo em casa antes de ir para um próximo evento social. Ou apenas fazer um intervalo sozinho entre reuniões para se reestabelecer. Qualquer prática que te permita recarregar as energias serve como nicho restaurador.
Essa é uma das dicas que o livro apresenta e eu já seguia. Mas acredito que junto da definição dos níveis de estímulo, consigo criar nichos restauradores bem mais efetivos.
Teoria do traço livre
A teoria do traço livre descreve que nascemos e somos culturalmente imbuídos de certos traços de personalidade, mas podemos e agimos fora dessas características a serviço de “projetos pessoais essenciais”. Ou seja, mesmo sendo introvertidos, podemos agir como extrovertidos quando estamos fazendo algo que nos motiva e é importante para nós.
Um exemplo pessoal que consigo passar aqui é o meu comportamento quando estou em reuniões da minha Squad e quando estou em reuniões que envolvem toda empresa, por exemplo. Além de ser importante para o meu papel estar mais aberta aos estímulos, estar junto da Squad é um dos momentos que mais gosto no meu dia. Sendo assim, posso ser lida como uma pessoa extrovertida nesses momentos, mesmo que a minha essência seja introvertida.
A dica aqui é encontrar o que se gosta de fazer e investir a sua energia para superar características que possam parecer inconvenientes em algumas situações.
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Esses são apenas três dos diversos conceitos interessantes apresentados no livro. Recomendo a leitura principalmente para quem é introvertido, mas ele serve de verdade para qualquer pessoa. É um material muito interessante para deixar de ver a introversão como uma característica negativa e conta com muitos bons exemplos.
📘 Clube do livro para introvertidos
Um clube para quem quer participar de leituras coletivas, sem necessariamente precisar interagir. Para participar, inscreva-se na newsletter do projeto.
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Lembrete de que a próxima leitura do clube do livro para introvertidos começa na semana que vem, no dia 15/08. Ou seja, ainda tem tempo suficiente para comprar o livro.
Vamos ler o livro "Resista: Não faça nada", de Jennyl Odell. Mais informações nessa página.
No envio da semana passada, acabei configurando para todos os inscritos receberem o email do clube do livro sobre a próxima leitura. Foi um erro que gerou um envio extra para as pessoas que não tinham autorizado o recebimento. Peço desculpas pelo email enviado por engano.
🪴 Organização pessoal: Porque troquei a plataforma do clube do livro
Seção para reforçar o meu compromisso de manter a minha própria organização.
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Depois que experimentei e recebi feedbacks, parece que os resultados são tão óbvios que é difícil entender como não cheguei às conclusões de agora sozinha. Mas entendo que é um processo normal e que acontece em qualquer projeto. Então, isso não seria diferente com o meu clube do livro.
Dito isso, acredito que é interessante compartilhar esses aprendizados, até para justificar a mudança de plataforma e ser transparente com quem se prontificou a fazer a troca e seguir no clube.
O Apoia.se não é focado em conteúdo em texto
Escolhi o Apoia.se porque já apoio projetos por lá e sempre tive uma boa experiência. Mas essa era a minha visão como usuária e não como criadora.
Ao compartilhar as minhas impressões do livro, precisava formatar o texto duas vezes. Primeiro, formatava ele no Coda, deixando no formato que entendia que faria mais sentido para a leitura. Mas depois também precisava refazer essa formatação dentro do editor de texto do Apoia.se, porque, ao colar o texto dentro dele, sempre perdia a formatação.
Nas primeiras publicações, não parecia ser algo muito trabalhoso. Mas, conforme a leitura avançava e eu estava mais à vontade para falar a minha opinião a respeito, o texto consequentemente aumentava e esse ponto passou a ser um impecílio.
Com o material complementar que foi enviado junto das considerações finais também tive que adaptar o que o Apoia.se tinha disponível. Como não era possível anexar um arquivo, hospedei no Google Drive e incluí o link na publicação.
Com o Substack, consigo copiar e colar o texto do Coda sem perder a formatação e anexar um PDF apenas arrastando o arquivo para dentro do editor. São detalhes pequenos, mas que fazem muita diferença na condução do projeto.
Uso do Substack evita a criação de uma nova conta para entrar no clube
Pensando agora parece muito lógico, mas quando fiz o rascunho do clube do livro não foi algo que dei atenção. Para que as pessoas que já me acompanham aqui na newsletter pudessem fazer parte do clube do livro, elas teriam que criar uma conta no Apoia.se. Esse é um atrito desnecessário e que pode fazer algumas pessoas desistirem de participar.
Trabalhando com produtos digitais, estou sempre em discussões sobre como reduzir o atrito para os usuários. E acabei não aplicando esse princípio no meu próprio planejamento.
O agendamento de envio é uma funcionalidade mais importante do que eu imaginava
Com a newsletter, já estou acostumada a deixar o conteúdo pronto com antecedência e agendado para publicação nas quartas-feiras às 9h. Além de evitar atrasos, agendar o envio também é muito útil porque eu consigo revisar o que escrevi e deixar a formatação pronta com calma.
Sem essa funcionalidade, eu estava fazendo os envios do clube do livro em horários diferentes. A cada terça-feira com algum imprevisto, o envio da publicação era prejudicado. E, para dar certo, eu acredito que algum nível de constância é preciso.
A minha sensação era a de ter marcado uma reunião do clube e faltado. Não é porque conduzo ele de forma assíncrona que gostaria de fazer alguns envios de manhã e outros pela tarde. Ainda mais como uma pessoa que cria rotinas para tudo, inclusive para consumir conteúdos.
Voltando para o Substack, consigo seguir o mesmo fluxo de publicação da newsletter e deixar o texto revisado com antecedência. Pronto para ser enviado nas terças-feiras às 9h, independentemente do que acontecer na minha terça de manhã.
Tratei a primeira leitura desde o início como um teste
O que mais pesou nessa decisão de mudança de plataforma foi o fato de que, desde o início, eu tratei a primeira leitura como um teste. Eu estabeleci o número mínimo de participantes para seguir com a próxima leitura e fui entendendo o que estava prejudicando a condução do clube de forma bem pragmática.
Esse projeto é para compartilhar a leitura de não ficção com mais pessoas e não para virar um fardo. Assim, ter uma plataforma que facilita a minha vida e me permite focar no que importa é essencial.
Foi doloroso decidir e senti muito receio de que os participantes não quisessem trocar de plataforma, mas tive um retorno muito positivo. Espero não precisar tomar decisões dessa magnitude no futuro, mas estou feliz com o que aprendi até aqui.
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Vou seguir experimentando e provavelmente errando. Mas espero não parar de evoluir. Incluí essa justificativa dentro da seção "Organização pessoal" porque tenho uma grande dificuldade em mudar de rota e fugir da organização inicial. Por isso, entendo que essa mudança impacta diretamente na forma como me organizo e, apesar da decisão ter doído um pouquinho, sei que é um passo importante para me tornar mais flexível na minha organização no geral.
📖 Aprendizado contínuo: Habilidades para uma rotina de aprendizado contínuo
Seção com a minha rotina de aprendizado.
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Semana passada, fiz uma palestra no trabalho sobre as habilidades necessárias para se manter uma rotina de aprendizado contínuo. Por isso, aproveitei que estava montando a apresentação e já expandi para o formato de texto, para compartilhar aqui também.
Esses conceitos são de algumas fontes diferentes e o que fiz foi condensar o que venho aprendendo. Sendo assim, usei o conceito do trio mágico de desenvolvimento pessoal para organizar as ideias: mindset de crescimento, autoliderança e aprendizagem.
Mindset de crescimento
A primeira habilidade para o aprendizado contínuo é o mindset de crescimento. Segundo a autora do livro "Mindset", nós temos dois tipos de mindset: o fixo e o de crescimento. E nós podemos ter os dois tipos ao mesmo tempo, porque ele geralmente está atrelado a alguma área da nossa vida. Se acreditamos que podemos evoluir dentro do nosso trabalho mas não na nossa vida pessoal, estamos com mindsets diferentes para essas duas áreas, por exemplo.
Mas pensando mais especificamente no mindset de crescimento para o aprendizado contínuo, temos que mudar o nosso pensamento sobre a nossa capacidade de aprender. Mudar o pensamento "Eu não consigo" para "Se eu me dedicar, eu posso aprender". A diferença entre esses dois pensamentos é que no segundo estamos cientes de que algumas coisas só são mais difíceis do que as outras. Assim, se organizar e dedicar mais tempo pode ser o suficiente para aprender qualquer coisa.
A neuroplasticidade é a capacidade que temos de criar novas conexões neurais e essas conexões são criadas e reforçadas sempre que estamos aprendendo algo. E esse é um fenômeno que ocorre durante toda a nossa vida. Por isso, é cientificamente comprovada a nossa capacidade de aprender constantemente. Caso você tenha dificuldade de mudar o seu mindset sobre aprendizado, se apoiar nessa evidência pode ser de grande ajuda.
Também é importante reforçar que a autocompaixão é muito significativa no processo de mudança de mindset. Entender que somos humanos e estamos sujeitos a falhas torna o processo de aprendizado menos doloroso. É preciso valorizar a trajetória e não somente o destino final. E a trajetória vai ser muito mais prazerosa se você se respeitar durante ela.
Por tudo isso, estar consciente de que temos a capacidade de seguir aprendendo e precisamos apenas nos dedicar é a primeira habilidade para conseguirmos manter uma rotina de aprendizado contínuo.
Autoliderança
A autoliderança é o processo de se autoinfluenciar e automotivar para atingir os seus próprios objetivos. Essa definição é importante para líderes e contribuidores individuais, porque a autoliderança é algo muito pessoal e não deveríamos apenas nos guiar pela liderança de outras pessoas. Você mesmo, melhor do que ninguém, deve estar ciente de para onde quer ir e de qual é a melhor forma de chegar até lá.
A autoliderança pode ser dividida em seis áreas:
Definição de objetivos
Habilidade
Foco
Reflexão
Gestão de tempo
Responsabilidade
Você pode fazer uma autoavaliação para entender o quanto está ciente de cada uma dessas áreas. A sugestão é de uma avaliação bem simples, entendendo o quanto você se encaixa como iniciante ou expert em cada área.
E, a partir do resultado, você pode definir quais são as ações necessárias para criar bons hábitos e encerrar maus hábitos. Esse conjunto de hábitos vai definir o quanto você terá facilidade para manter uma rotina de desenvolvimento pessoal.
Como aprender é um bom hábito que podemos criar para o nosso desenvolvimento, a autoliderança entra como a segunda habilidade necessária para manter uma rotina de aprendizado contínuo.
Aprendizagem
Para manter uma rotina de aprendizado contínuo, trabalhar a capacidade de aprender novas habilidades é essencial. Assim, é preciso sair da zona de conforto, buscando experiências de aprendizado que tragam valor. Mas aprender também não acontece em uma zona de total desconforto, é preciso controlar o ambiente e se expor a novas experiências e conceitos de maneira controlada. Ou seja, é preciso encontrar a sua zona de aprendizagem.
Para isso, reflita a respeito das suas experiências anteriores de aprendizado formal e informal. Entenda o que funcionou em cada método e o que não funcionou. E avalie como essas experiências anteriores podem moldar experiências melhores no futuro.
Neste post, eu escrevi sobre as dicas do curso "Aprendendo a aprender". Pode ser que nem todas funcionem para você, mas certamente alguma delas pode ajudar a melhorar o seu processo de estudos.
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Para caber melhor no formato da newsletter, falei de forma resumida sobre cada uma das habilidades. Mas acredito que esse é um assunto interessante o suficiente para ganhar uma versão estendida no blog. Pretendo expandir cada uma delas com mais explicações e dicas mais práticas sobre como manter uma rotina de aprendizado contínuo de forma tranquila e efetiva.
📄 Notas quinzenais
Uma curadoria sobre tudo o que chamou a atenção nos últimos dias. Por William Brendaw.
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Como o cérebro aprende a contar o tempo
Uma animação mostra o resultado de estudos em ratos que ajudaram a decifrar como funciona o processamento do tempo pelos nossos cérebros.
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Um artigo com dicas de escritores, editores, roteiristas e podcasters para quem tem uma boa história para dividir, mas não sabe deixá-la mais interessante para compartilhar.
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Uma boa reflexão sobre os casos em que nem todo o tempo de uso gasto em dispositivos inteligentes é ruim, como ler um livro ou conversar com pessoas queridas.
📚 Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2023.
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Leitura de verão - Emily Henry
Romance com muitas histórias paralelas, bem gostosinho de ler. Só não achei melhor porque a protagonista insistia em interpretar o que o interesse amoroso dela estava pensando ao invés de simplesmente perguntar. Mas, pensando melhor, quem não faz isso, não é mesmo?
💻 Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
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Insights
Ter um blog não é apenas uma forma de compartilhar o que eu estudo e me traz muitos benefícios. Neste post, compartilho as vantagens que manter um blog ativo pode trazer para qualquer pessoa.
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Em agosto o blog completa mais um ano de existência. Como já venho fazendo nos outros aniversários, publiquei esse post divulgando alguns números e quais foram as mudanças desse último ano.
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Livros
Próxima leitura do clube do livro
Post com o anúncio da próxima leitura do clube do livro para introvertidos para os leitores do blog.
Falei muito do clube do livro nessa edição, mas prometo que esse tema não vai ser tão recorrente aqui. É uma fase de muitas mudanças e quis compartilhar o máximo possível. Mas espero que não tenha parecido que era apenas uma edição de divulgação e que tenha gerado valor tão real quanto as edições anteriores.
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Por hoje é isso, boa quinzena!