Olá,
Seguindo no clima de edições reflexivas, falo no envio de hoje sobre avaliar situações de um ponto de vista diferente. É muito comum termos comportamentos que, provavelmente, consideraríamos condenáveis se vindos de outras pessoas. E quando percebemos isso, temos a chance de melhorar.
Por isso, gosto de compartilhar esse tipo de reflexão aqui. Assim, quem sabe, você também consiga avaliar se tem algum comportamento que cai nessa armadilha.
Além de reflexões, falo sobre os benefícios de acordar cedo e o William compartilha mais três artigos interessantes para a leitura além da newsletter.
Boa leitura!
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🎯 Tema da edição: Legado
🪴 Organização pessoal: Acordar cedo
📖 Aprendizado contínuo
📄 Notas quinzenais
📚 Lista de leitura
💻 Últimos posts do blog
🎯 Tema da edição: Legado
Seção para falar sobre o tópico principal da edição.
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Para quem não é da área de Tecnologia da Informação, o termo "legado" pode ter uma conotação um pouco diferente. Para ficar claro sobre o que estou me referindo na edição de hoje, quero esclarecer que uso essa palavra para identificar o que foi feito anteriormente. Em um projeto de software, o que chamamos de legado é aquele código que já está ultrapassado e que não costuma ser a parte preferida do time para atuar.
Após ter conversas a respeito de um produto que foi implementado, mas que não será sustentado pelo meu time, e por estar lendo o livro "Os primeiros 90 dias", me surgiu a ideia de compartilhar a reflexão sobre estar do outro lado. Será que pensamos que um dia podemos ser o time responsável pelo legado?
Nós costumamos julgar o que existe como ruim. Geralmente, nos achamos capazes de buscar soluções melhores do que as que foram escolhidas e criticamos qualquer trecho que se desvie das boas práticas. Mas, se somos o time que criou o legado, talvez fique mais claro o quanto esse posicionamento desmotiva as pessoas que estavam envolvidas nos projetos passados.
Falo desse comportamento porque o vi em todas as empresas pelas quais passei. Eu mesma já critiquei projetos anteriores apontando tudo o que poderia ser melhorado. Mas a questão é que os engenheiros de obra pronta nunca têm o contexto. Quem critica não estava recebendo a pressão da entrega ou lidando com mais de um projeto ao mesmo tempo, equilibrando os prazos definidos sem saber o que fazer.
Quando estamos do lado de quem trabalhou no legado, fica claro o quanto a falta de contexto pode abrir brechas. Por que essa solução foi escolhida? Por que não usaram determinado padrão? Por que a regra de negócio é assim? Quem atuou provavelmente vai saber responder os motivos, mas, se não estiver mais presente, o que resta é apenas criticar e tentar fazer melhor. O que nem sempre é possível.
Por isso, gosto de pensar que o que foi feito era o melhor possível no momento. Esse é um pensamento muito parecido com o que compartilhei sobre presumir o melhor. Mas agora considerando mais o passado, o que não temos como atuar e mudar conforme avança.
Não quero que esse texto vire uma justificativa para trabalho mal feito. Mas sim um alerta de que quando criticamos demais o que foi feito pelos outros, podemos nos encontrar do lado de quem entregou o legado e receber o mesmo tipo de crítica. Trabalhar com outras pessoas é um exercício de humildade constante, que nos faz ver o quanto as nossas ações geram impacto sobre os outros. Algo que nem sempre percebemos.
🪴 Organização pessoal: Acordar cedo
Seção para reforçar o meu compromisso de manter a minha própria organização.
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Eu sou uma grande consumidora de conteúdo a respeito de como dormir melhor, seguir horários de rotinas ideais e aproveitar o dia da melhor forma possível. Inclusive, tenho muitos livros sobre o assunto na fila de leitura no momento.
Uma dessas dicas, que já compartilhei diversas vezes, está no livro "O poder do quando". E a dica é seguir o meu cronotipo, ou seja, o meu relógio biológico. Junto dessa dica está acordar num determinado horário, que no meu caso é às 07:00.
Como já fui uma pessoa com muitos problemas para dormir, acordar nesse horário trabalhando remotamente parecia meio exagerado no início. Eu já costumei acordar mais cedo ainda, mas era quando trabalhava presencialmente e usava o tempo antes do trabalho apenas para me arrumar e me deslocar.
Acordar mais cedo também implica em dormir mais cedo. De preferência em um horário parecido todas as noites. No início, me senti muito estranha, porque a minha vida pessoal estava toda no período da noite. Eu voltava do trabalho e saía, encontrava o meu marido ou praticava algum hobby. Isso não era possível em qualquer outro horário.
Dito tudo isso, hoje não troco os meus horários por nada. Seguir o cronotipo me dá muita disposição, mas acordar cedo abre uma nova forma de aproveitar o dia. Eu acordo antes do meu marido, fico pronta para o dia e faço um café da manhã para nós dois. Esse café é um suborno para que ele se levante cedo e a gente passe a manhã juntos, inclusive.
Depois disso, eu ainda tenho uma hora para usar como bem entender. Em três dias da semana, uso esse tempo para escrever e revisar alguns textos. Funciono muito melhor pela manhã, então gosto de usar essa energia para os meus projetos.
Com essa organização, a parte da noite segue bem aproveitada. A única diferença é que às 21:30 eu já estou me preparando para dormir.
Como comentei, se adaptar a uma nova rotina pode ser um pouco difícil no início. Mas vejo tantos benefícios e o meu dia parece tão mais longo que essa adaptação valeu a pena. Dentre os benefícios eu posso citar uma melhora do meu sono, aumento do foco, menos sonolência durante o dia e um sentimento de bem-estar.
Desde segunda-feira, comecei a acordar às 06:00. Simplesmente porque estou há dias me acordando nesse horário sem despertador. Gostei do teste e sinto que vou manter esse horário de paz no início do dia. Tem sido agradável ter tanto silêncio pela manhã.
Seguir o meu cronotipo não foi a única mudança que implementei, mas considero que foi uma das mais importantes. Comento sobre tudo o que mudei nesse post.
📖 Aprendizado contínuo
Seção com a minha rotina de aprendizado.
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🖥️ Cursos do Coursera
Setting Expectations & Assessing Performance Issues
O segundo curso da especialização fala sobre como deixar as suas expectativas claras para o time. Algumas dicas me parecem muito mais factíveis para a cultura de trabalho dos Estados Unidos. Mas, no geral, a instrutora passa dicas importantes para entendermos como devemos fazer o desdobramento da estratégia da empresa para cada papel e para cada integrante do time.
📄 Notas quinzenais
Uma curadoria sobre tudo o que chamou a atenção nos últimos dias. Por William Brendaw.
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Breve análise dos sites de tecnologia brasileiros
Um baita trabalho sobre como a cobertura de tecnologia feita dentro do Brasil se resume a sites que servem mais aos buscadores do que, de fato, ao leitor.
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A Netflix jogou a toalha do formato de filmes interativos
Para surpresa de ninguém, mais uma iniciativa diferentona que parecia muito legal, mas que no fim era pouco prática e sem muito engajamento do público. O primeiro filme até que foi legal, mas os experimentos seguintes não foram tão bons assim…
Conteúdo em inglês.
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A morte silenciosa dos sonhos grandiosos da rede social Ello
Moral da história: não adianta querer derrubar as premissas do Vale do Silício se tu segue a mesma estratégia de captação de investimentos das startups para se manter. Se tivessem começado com uma estratégia mais sustentável desde o início, o presente teria sido bem melhor…
Conteúdo em inglês.
📚 Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2024.
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O ponto da virada: Como pequenas coisas podem fazer uma grande diferença - Malcolm Gladwell
A terceira leitura do Clube do Livro para Introvertidos é recheada de curiosidades sobre como epidemias se espalham na sociedade. Por mais que epidemia tenha virado sinônimo de COVID-19, o livro se refere aos mais diversos tipos de epidemias. Alguns exemplos incluem tênis, cigarros e programas de TV. Gostei da leitura e fiquei com a sensação de que o livro acabou muito rápido. Recomendo para quem gosta de ler sobre fenômenos sociais.
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A arte da facilitação - Diogo Riker e Vinicius Silva
Já estava com esse livro emprestado há algum tempo no Kindle Unlimited e decidi ler porque iria facilitar um brainstorming. Gostei da leitura porque inclui muitas informações importantes sobre facilitação e até exemplos do que não fazer como pessoa facilitadora. É um daqueles livros que podemos guardar como guia de bolso para o tema.
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Estou tentando consumir conteúdos um pouco fora do escopo técnico do trabalho e passei a ler sobre escrita. Esse livro foi um belo início, porque fala bastante sobre o que um autor precisa prestar atenção para escrever um bom livro. Apesar de ser mais voltado para quem escreve ficção, achei que valeu a pena. Senti o quanto o autor gosta do que fala e também achei interessante ler diversos trechos com comentários de outros autores sobre a escrita. Só não aproveitei mais a leitura porque não dediquei tempo para fazer os exercícios. Adicionado na minha lista do BibliON.
O Clube do Livro para Introvertidos é um clube do livro focado em não ficção e com leitura assíncrona. Por apenas R$ 5 mensais, você recebe o acompanhamento da leitura atual e tem acesso a todas as leituras anteriores.
💻 Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
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Livros
Porque entrar no Clube do Livro para Introvertidos
O Clube do Livro para Introvertidos está entrando na sua quarta leitura e sinto que ainda não consegui explicar muito bem como ele funciona. Nesse post, descrevo novamente o funcionamento do clube e por que é um formato legal para quem está tentando ler mais e não tem tanto tempo disponível para encontros síncronos. Particularmente, o meu compromisso com o clube tem sido uma experiência muito positiva e, pelos feedbacks que recebo, também é para quem participa comigo.
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Dicas e recomendações
Sempre que comento sobre as minhas promessas de ano novo, também incluo a informação de que vou usar o FutureMe. Já uso o serviço há algum tempo e gosto muito do ritual de ler uma carta que escrevi para mim mesma. Nesse post, compartilho essa prática para que mais pessoas possam se beneficiar dela.
Pensar sobre como gostaríamos de ser tratados e reproduzir esse comportamento com quem convive com a gente é uma lição que muitos receberam já na infância. Mas parece que nos esquecemos disso no trabalho.
Por isso, entendo que a reflexão que compartilhei na edição de hoje é bem importante. Relembrar e se tornar cientes do nosso comportamento no ambiente profissional é algo que deve ser feito constantemente.
Assim como recomendo que ninguém viva no automático na sua vida pessoal, não é menos pior estar no automático na vida profissional.
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Por hoje é isso, boa quinzena!
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