Olá,
Eu ando um pouco revoltada com o que influenciadores têm compartilhado ultimamente. Na verdade, acho que sempre compartilharam algumas coisas sem noção, mas estou recebendo um volume maior desse tipo de conteúdo. Por isso, acredito que o texto de hoje e os das duas próximas edições, que estão no forno, foram bem influenciados por essa minha revolta.
De qualquer forma, acredito que ainda assim são tópicos alinhados com a newsletter, então não pretendo deixar nenhum deles no rascunho, sem compartilhar com ninguém.
Espero que a edição de hoje apoie quem está precisando se organizar financeiramente e que dê uma esperança de que é possível lidar melhor com dinheiro.
Boa leitura!
Abraço,
Ingrid Machado
Nesta edição
🎯 Tema da edição: Segurança financeira
👩🏽💼 Sobre gestão: Rotina de acompanhamento
📖 Aprendizado contínuo
📄 Notas quinzenais
📚 Lista de leitura
💻 Últimos posts do blog
🎯 Tema da edição: Segurança financeira
Seção para falar sobre o tópico principal da edição.
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Me inspirei nas reflexões que compartilhei no final da edição anterior para definir o tema da edição de hoje. Por já ter passado por algumas dificuldades só porque não era alguém que pensava no futuro, me tornei uma pessoa mais cautelosa. E, por mais que ache importante que cada um aprenda as suas lições, também acho igualmente importante que todos possam aprender com os erros dos outros. Por isso, gostaria de compartilhar hoje o que fiquei pensando após ler a planilha de empresas tóxicas e conversar com algumas pessoas sobre isso. São conclusões que podem parecer não ter uma relação direta, mas falar de segurança financeira está diretamente ligado ao bem-estar no trabalho, na minha opinião.
Muitas situações vividas dentro das empresas só acontecem porque as pessoas não têm segurança financeira. Muitos dos relatos são extremamente estressantes e nenhuma pessoa no estado mental correto estaria se prestando a suportar. Mas não é possível estar no nosso melhor estado quando estamos com problemas financeiros. Ter segurança financeira é, na minha visão, o primeiro passo para se livrar das situações tóxicas que vivemos.
O lado financeiro afeta e muito as pessoas. Particularmente, não tive uma edução financeira muito boa por parte da minha família. Tudo o que sei no momento foi aprendido após sofrer muito por falta de dinheiro. Então eu sei o estresse que é ter uma emergência e não ter R$ 1 para resolver e qualquer quantia só pode ser conseguida por empréstimos. Nessa situação, eu deixava de ser uma funcionária na empresa em que eu trabalhava e virava praticamente uma refém. Independentemente da situação que acontecesse comigo, eu precisava suportar, porque não podia me dar ao luxo de ir embora ou trocar de emprego e aguardar os 3 meses para ter uma estabilidade. Simplesmente não era uma opção.
Depois dessa fase que nem gosto de lembrar, comecei a estudar um pouco mais sobre finanças. E confesso que não me interessei por investimentos. A minha necessidade era ter dinheiro guardado e não fazer dinheiro render. Era conseguir gerenciar bem o dinheiro que eu já ganhava e não gastar energia para fazer esse dinheiro virar mais dinheiro.
Eu acabei ouvindo alguns coaches financeiros que falavam que alugar é melhor do que comprar e que eu deveria investir em investimentos de alto risco. Nem sempre esses conselhos surgiam no primeiro conteúdo que eu consumia, mas, quando apareciam, eu já sabia que deveria buscar outra fonte. Na situação que eu vivia, comprar um apartamento era uma questão de segurança. Eu não estava disposta a manter um aluguel para investir o restante do meu dinheiro. Principalmente porque os alugueis aumentavam anualmente numa taxa absurda. Eu queria algo no meu nome e consegui.
O alívio que comprar um apartamento me deu, nenhum investimento nunca vai dar. Por isso, não me arrependo. Se formos considerar que esses mesmos coaches estão aí comprando as suas casas próprias, ter um certo pensamento crítico foi o melhor que fiz para o meu futuro.
Dito tudo isso, gostaria de compartilhar como faço para guardar dinheiro hoje. Pode ser que você não tenha as mesmas necessidades ou ambições que eu. Mas acredito que compartilhar o que faço pode ajudar quem tem dificuldade em se organizar financeiramente.
O dinheiro que eu tenho guardado está dividido em 3 partes:
CDB-DI: reserva de emergência
Poupança: dinheiro para gasto livre
CDB PLUS: dinheiro para planos futuros
Essas nomenclaturas de CDB são as que o Itaú me oferece, não sei se o nome é igual para qualquer banco.
Reserva de emergência
A reserva de emergência é o dinheiro para quando alguém fica doente, a casa precisa de reparos ou quando qualquer outro problema que precisa de dinheiro surge. Já precisei dessa reserva para diferentes gastos e é sempre um alívio quando o dinheiro guardado é suficiente para resolver o problema.
Escolhi o CDB por ser um investimento seguro e com liquidez diária, ou seja, eu tenho proteção do valor investido e acesso a esse dinheiro no mesmo dia caso precise dele. Esse é um ponto bem importante no momento de escolher onde colocar o seu dinheiro. Alguns investimentos possuem uma liquidez com data de vencimento, o que significa que o seu dinheiro está retido até essa data. Nesse caso, eles não servem para uma reserva de emergência.
A opção de CDB que escolhi tem proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que diz que se o banco quebrar, eu tenho a garantia de receber o meu valor investido de volta. É um seguro limitado a R$ 250 mil, o que é muito mais do que suficiente no meu caso.
Costumo investir 10% do meu salário líquido nessa reserva todo mês. Essa é a única das 3 reservas que eu considero como se fosse uma conta do mês e deposito sempre o mesmo valor.
Tenho um valor definido como objetivo e quando ele for atingido pretendo não depositar mais dinheiro nessa reserva. Defini ele como o necessário para me manter por 6 meses, porque seria o suficiente para ficar tranquila caso eu perdesse o meu emprego. Se eu atingir esse valor e precisar usar parte da reserva para uma emergência, nos meses seguintes eu volto a depositar dinheiro, até atingir esse valor novamente.
Gasto livre
Eu tinha 3 cartões de crédito e agora tenho apenas 1. E uma das coisas que estou fazendo para gastar menos é separar um valor para fazer algumas compras sem precisar do crédito.
Se quero comprar alguma coisa aleatória, é dessa reserva que o dinheiro sai. Também uso esses valores para delivery e compras de Black Friday, por exemplo.
Continuo usando o cartão de crédito quando vou contratar alguma assinatura, mas, idealmente, verifico antes se tenho a opção de pagar à vista e se o valor dessa reserva é suficiente.
Costumo investir 5% do meu salário líquido nessa reserva todo mês. Quando estou com gastos mais altos e preciso remanejar o dinheiro para pagar as contas, costumo fazer depósitos menores nessa reserva.
Planos futuros
Essa é uma reserva que iniciei quando percebi que não tinha dinheiro para realizar alguns planos maiores. Também é um CDI que foi escolhido pelos mesmos motivos do CDI da reserva de emergência.
A minha relação com o dinheiro sempre foi a de receber para pagar contas e estou tentando mudar isso. Não sei bem o que vou fazer com esse dinheiro no futuro, mas pode ser que ele vire uma viagem ou alguma coisa mais cara que sempre quis ter e não pretendo comprar parcelado.
Também costumo investir 5% do meu salário líquido nessa reserva todo mês. E, em épocas de gastos mais altos, também posso decidir investir um pouco menos para priorizar as contas do mês.
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Eu costumo acompanhar o que a Nath Finanças indica e, mesmo não seguindo todas as dicas, gosto da forma que ela fala sobre dinheiro. Eu não sou nenhuma guru de investimentos e o que compartilhei aqui são os meus investimentos e casos de uso reais. Recomendo que você comece a seguir ela para entender como ter um relacionamento melhor com as finanças, caso sinta que precisa disso. Com isso, consequentemente, você vai construir uma segurança financeira que vai te dar independência para sair de situações que não fazem bem para a sua saúde e para a sua carreira sem maiores problemas.
👩🏽💼 Sobre gestão: Rotina de acompanhamento
Uma seção para compartilhar as minhas descobertas a respeito da gestão de pessoas. As referências usadas na seção estão aqui.
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Uma das coisas mais cansativas do meu papel é a rotina de acompanhamento do trabalho. Principalmente quando não estou com um processo bem definido para fazer esse acompanhamento. No texto de hoje, quero compartilhar o que faz parte dessa rotina e como organizo o meu dia para que essa prática se torne menos cansativa.
Atualmente, acompanho de forma recorrente o andamento do quadro no Jira, as Dailies, as métricas de Engenharia e o andamento dos épicos. Por mais que pareça muita coisa, é muito custoso para o time quando não estou acompanhando de perto essas informações. Por exemplo, se temos cards há muito tempo no mesmo status ou se impedimentos não estão sendo resolvidos, provavelmente teremos gargalos no time que podem ser facilmente resolvidos, mas que vão virar problemas maiores no futuro. Como alguém que está vendo o processo de fora, consigo identificar esse tipo de situação mais facilmente.
Para conseguir acompanhar diariamente de forma facilitada essas informações, sigo algumas práticas simples, porém muito úteis.
Dashboard no Jira
Como lidero dois times atualmente, nem sempre consigo olhar card por card no quadro. Então eu criei um dashboard dentro do Jira que contém as seguintes informações para cada time:
Cards em expedite (prioridades)
Cards com data fixa
Cards no mesmo status há mais de 3 dias
Cards bloqueados
Com essas informações agrupadas, já consigo ter uma ideia do andamento do quadro rapidamente. Em outro momento, quando estou com mais tempo, observo o quadro com mais atenção aos detalhes.
Coleta de métricas semanais
Mesmo com um dashboard de Engenharia que mostra as métricas coletadas no Jira, costumo gravar um vídeo toda quarta-feira falando sobre o lead time e o cycle time atual das Squads.
Com isso, além de me obrigar a coletar essas métricas frequentemente, também tiro um tempo para analisar e interpretar o que cada uma delas me indica.
Também convido o time para me ajudar a entender se a minha análise está correta ou se perdi alguma parte do contexto olhando somente para os números.
Revisão dos épicos
Nós temos um quadro com os épicos, em que acompanhamos o andamento no nível de gestão de Engenharia. Para estar sempre pronta para a reunião de acompanhamento, que acontece na terça, tenho uma agenda fixa para revisar as informações dos épicos dos times na segunda.
Eu costumo avaliar se a data de conclusão cadastrada ainda faz sentido, se o status do épico está correto e estudar o que avançamos na última semana. Assim, consigo explicar com um bom nível de segurança o quanto foi desenvolvido desde a última reunião.
Compromissos na agenda
Praticamente todas as práticas que citei envolvem uma recorrência na minha agenda. Com os problemas do dia a dia, é fácil esquecer que faz parte do nosso papel não só organizar o processo, mas também acompanhar se ele está sendo seguido e se está ajudando ao invés de atrapalhar. E essa conclusão eu tiro das métricas, então não posso me esquecer de acompanhá-las.
Uso esse formato de compromissos na agenda para muitas atividades, mas para o acompanhamento do time tenho as seguintes agendas:
Revisão dos épicos - Toda segunda de manhã
Gravação de métricas - Toda quarta de manhã
Os dashboards do Jira são abas fixas do meu navegador e costumo acessar praticamente todos os dias.
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Eu também acompanho a motivação do time e a aderência aos processos através do Happiness Radar e do Health Check. Dei uma parada nessas cerimônias desde o final do ano passado, mas pretendo retomar para ter mais uma métrica para acompanhar o andamento do time.
Caso tenhas algum ritual para fazer o acompanhamento do andamento do trabalho de forma simples, fique à vontade para compartilhar. Seja respondendo o email ou comentando no Substack.
📖 Aprendizado contínuo
Seção com a minha rotina de aprendizado.
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🖥️ Cursos do Coursera
O último curso da especialização foi muito interessante. Nele, a professora mostra situações de coaching conduzidas de forma incorreta e de forma correta. E o mais interessante nesses exemplos é que a forma incorreta não era exagerada e mostrava situações que eu mesma poderia ter agido da mesma forma.
Infelizmente, o último exercício para ganhar o certificado pedia para que eu conversasse com duas pessoas que precisam de coaching e enviasse a gravação da conversa. Além disso, também precisaria enviar os meus comentários em PDF.
Sinceramente, não me senti confortável com a forma que o exercício foi montado e nem entendi porque não poderia fazer uma apresentação apenas por escrito. Quem já fez peer review no Coursera sabe que muitas vezes não recebemos feedbacks atenciosos sobre exercícios maiores e tenho certeza que ninguém ouviria um áudio de 12 minutos.
Acabei decidindo por não concluir e ficar satisfeita pelo conhecimento que adquiri até aqui.
📄 Notas quinzenais
Uma curadoria sobre tudo o que chamou a atenção nos últimos dias. Por William Brendaw.
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As comidas de emergência já fazem parte da vida dos estadunidenses há décadas. Mas agora, a comida do fim do mundo virou trend nas redes sociais.
Na real eu nem sei o que dizer.
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Mesmo sendo uma análise sobre as consequências e retrocessos causados pelo passado escravista no sul dos Estados Unidos, gostei de perceber como isso ecoa com a estrutura atual da nossa sociedade e o nosso passado no Brasil.
Rima um pouco com a frase "nenhuma experiencia humana é individual".
Conteúdo em inglês.
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Os profissionais da indústria audiovisual temem a possibilidade de que muitos arquivos digitais eventualmente se tornem inutilizáveis — uma tragédia de preservação que lembra a era dos filmes em celuloide.
Conteúdo em inglês.
📚 Lista de leitura
Registro de todos os livros que li desde o último envio da newsletter. A lista completa de livros que prometi ler esse ano pode ser vista no post Lista de leitura 2024.
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Clube do livro dos homens - Lyssa Kay Adams
O enredo do livro é bem interessante, mas eu não consegui torcer pelos protagonistas. O fato de toda cena de sexo parecer uma missa também não ajudou.
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O mistério de Henry Pick - David Foenkinos
Uma história com um mistério que eu não consegui decifrar. Por isso, foi uma ótima experiência, já que li tentando descobrir o que realmente aconteceu. Leitura rápida e ótima para quando queremos uma história envolvente, cheia de personagens e que nos distrai.
O Clube do Livro para Introvertidos é um clube do livro focado em não ficção e com leitura assíncrona. Por apenas R$ 5 mensais, você recebe o acompanhamento da leitura atual e tem acesso a todas as leituras anteriores.
💻 Últimos posts do blog
Seção onde envio as atualizações do blog, sempre no estilo slow blogging.
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Desenvolvimento pessoal
Nesse post, compartilho algumas informações sobre a minha atual relação com as redes sociais e como vejo o impacto delas no meu dia a dia. Falar sobre isso se tornou uma constante desde quando li o livro "Resista: Não faça nada", que desencadeou uma reflexão sobre o quanto estou presente na minha própria vida e no local que moro versus o quanto estou presente online. É mais um texto que publico sobre pensamentos que não costumo compartilhar no blog, mas que acho interessante dividir com outras pessoas.
Texto 2/6 do desafio Mini1000.
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Meu guia de desenvolvimento pessoal particular
Quando sinto que estou fora do eixo, preocupada demais com coisas pequenas ou passando muito tempo na internet, costumo avaliar o quanto estou alinhada com a rotina que quero manter. Geralmente, essa avaliação inclui rever alguns hábitos que cultivei nos últimos meses.
Pensando nessa revisão que costumo fazer frequentemente, decidi compartilhar esses hábitos em um único post, para que quem estiver interessado numa rotina mais tranquila também possa se beneficiar desse passo a passo.
Texto 3/6 do desafio Mini1000.
Ter problemas com dinheiro é péssimo. Sei disso porque, durante um tempo, esse foi o problema que não me deixava dormir à noite. Mas, depois de ter chorado ao ver o valor de uma fatura de cartão de crédito que não conseguiria pagar, eu decidi que não precisava mais passar por aquele tipo de situação e decidi mudar a forma que lido com dinheiro.
Hoje em dia, tenho um acompanhamento mensal das minhas contas, guardo dinheiro para emergências e penso duas vezes antes de comprar algo. Não foi um caminho fácil, mas o medo de voltar à situação que tinha antes fala mais alto.
Espero que, caso você esteja na situação que eu já estive, compartilhar o que faço com o meu dinheiro te ajude a mudar. Seja porque você tem pouco dinheiro ou não sabe lidar com o dinheiro que tem, não estou julgando. Cada um sabe da sua situação e o quanto precisa se esforçar para mudar. Mas acredite em mim quando eu digo que estar com as contas em dia e uma reserva para emergências é o primeiro passo para uma vida plena e feliz.
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Por hoje é isso, boa quinzena!